PEV: «Não há entendimento possível» com o Governo - TVI

PEV: «Não há entendimento possível» com o Governo

«O que nos pareceu é que o Governo está à procura de uma adesão ao seu documento mas não quer mexer muito no documento», disse Heloísa Apolónia

A deputada do partido «Os Verdes» Heloísa Apolónia afirmou que «não há entendimento possível» com o Governo sobre o documento de fomento industrial, porque o seu partido tem «uma lógica completamente diferente sobre o desenvolvimento do país».

«Tivemos oportunidade de dialogar com o Governo sobre o documento em si e sobre as medidas concretas, mas chegámos facilmente à conclusão de que não há entendimento possível, porque de facto temos lógicas completamente diferentes sobre o desenvolvimento do país», disse Heloísa Apolónia.

A deputada do PEV falava no Palácio de São Bento, no final de uma audiência de cerca de uma hora com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e o ministro da Solidariedade, Pedro Mota Soares.

«O que nos pareceu é que o Governo está à procura de uma adesão ao seu documento mas não quer mexer muito no documento», observou.

A deputada do PEV referiu que o plano do Governo é insuficiente para gerar crescimento, porque «está todo virado para o curto investimento e para as exportações», e defendeu que «a produção é a chave para sair da crise e produzir riqueza».

«Mas quando dizemos ao primeiro-ministro que esta estratégia de crescimento foi completamente liquidada por um Documento de Estratégia Orçamental que propõe uma política de austeridade e de continuidade da quebra absoluta da procura interna, e que isso vai colidir com qualquer perspetiva de crescimento, o senhor primeiro-ministro não acredita», disse.

Heloísa Apolónia considerou no entanto que a reunião com o Governo «foi importante para esclarecer alguns pontos» e para «perceber que não é possível ir muito mais além»: «Colidimos permanentemente numa série de questões».

«O Governo tem abertura para um trabalho com os partidos da oposição se nós nos encaixarmos no documento do Governo, se nós não nos quisermos encaixar no documento do Governo, o Governo não quer diálogo, nem quer trabalho», resumiu.

A parlamentar adiantou que o primeiro-ministro pediu contributos para o plano de fomento industrial, a serem enviados no prazo de quinze dias, mas não esclarecer se o PEV enviará quaisquer propostas.

«Provavelmente teríamos era de fazer um documento novo», ironizou.
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