Casamento gay: PS acusa Cavaco de se «intrometer» na sua agenda - TVI

Casamento gay: PS acusa Cavaco de se «intrometer» na sua agenda

Cavaco Silva

Sérgio Sousa Pinto adverte que, se fizer «coro» com a oposição de direita, colocará em causa a estabilidade política

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O dirigente socialista Sérgio Sousa Pinto acusou o Presidente da República de se «intrometer» na agenda do PS sobre casamentos homossexuais, advertindo que, se fizer «coro» com a oposição de direita, colocará em causa a estabilidade política.

«O Presidente da República, como qualquer cidadão português, tem a liberdade de ter a sua posição pessoal relativa ao diploma respeitante à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas já não terá o direito de se intrometer na agenda dos partidos e no caso vertente do PS», afirmou Sousa Pinto.

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Na sua perspectiva, Cavaco «estará a contribuir inutilmente para a dramatização da vida nacional e a pôr em causa as condições de estabilidade política, que são indispensáveis para dar resposta a problemas que preocupam o senhor Presidente da República, como preocupam o Governo e o PS».

«Os portugueses não escolheram o PS para formar Governo para que a agenda do Governo e do PS fosse determinada pelo senhor Presidente da República», frisou.

Numa alusão ao facto de o chefe de Estado ter secundarizado a questão dos casamentos entre cidadãos do mesmo sexo, Sérgio Sousa Pinto reconheceu a existência de «problemas estruturais na economia portuguesa e de uma gravíssima crise internacional: «Mas não é a circunstância desses problemas existirem que impede os partidos e, designadamente o PS, de exercerem a iniciativa política em matérias que considera relevantes, que foram sufragadas pelos portugueses nas últimas eleições e que correspondem à aplicação do programa eleitoral».

«A verdade é que não compete ao Presidente da República determinar a agenda do PS nem dos demais partidos. Não é essa a sua função, tem poderes constitucionais muito fortes, que lhe estão confiados, mas a faculdade de se intrometer na agenda dos partidos não é um deles. Se a intenção do Presidente da República, exorbitando aquilo que é a sua legitimidade neste contexto, entende fazer coro com o discurso dos partidos da oposição [de direita], objectivamente está a contribuir para uma dramatização indesejável da nossa vida política e a contribuir para que se ponham em crise as condições de estabilidade política», sustentou.
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