Portugal deve preparar-se para «a eventualidade da saída» do euro - TVI

Portugal deve preparar-se para «a eventualidade da saída» do euro

Honório Novo

«A União Económica e Monetária e a moeda única foram introduzidas à revelia de todos os estudos», salienta Honório Novo

O deputado do PCP Honório Novo considerou esta quinta-feira que o país deve «preparar a eventualidade da saída da moeda única» europeia, defendendo estarem «perante os olhos dos portugueses» as consequências da União Económica e Monetária para os «países periféricos».

«A União Económica e Monetária (UEM) e a moeda única foram introduzidas à revelia de todos os estudos. Era inevitável produzirem estes efeitos e choques assimétricos, em prejuízo dos países periféricos, menos desenvolvidos. E vão repetir-se ciclicamente. Advertimos o país para a necessidade de estudar e refletir sobre estas questões e preparar a eventualidade da saída da moeda única porque os custos não serão piores ou mais degradantes que a situação que vivemos», disse, citado pela Lusa.

Após a declaração política do parlamentar comunista, em sessão plenária da Assembleia da República, o líder da bancada do BE, Pedro Filipe Soares, concordou que «muitos dos avisos, que foram feitos por várias áreas políticas, acabaram por se materializar».

«A moeda única está a agudizar muitos dos problemas que a Europa tinha. Há desigualdades que não foram resolvidas, pelo contrário. Europa ainda é resgatável pelos seus povos?», questionou o deputado bloquista.

Honório Novo frisou que a eventual decisão de saída da UEM não implica a saída da União Europeia e que, «hoje e sempre, passará por uma posição clara do povo nesse sentido», e criticou o «quadro de degradação económica e social» e a «visível e notória desagregação governamental».

«Não vos acompanhamos na sugestão implícita de saída da moeda única ou da zona euro. Não são as dificuldades que devem levar ao abandono do sonho europeu. O facto de vivermos hoje em crise não nos leva à desistência do projeto europeu, mas antes a lutarmos por uma Europa com mais instrumentos de combate à crise e de retorno dos estados-membros ao crescimento económico», discordou o deputado socialista António Braga.

O parlamentar do PSD António Rodrigues condenou o facto de Honório Novo estar a utilizar argumentos de «há 15 anos», acrescentando que o grupo parlamentar comunista «é incapaz de ver que o Mundo mudou» e «só está preocupado com o seu ?cliché de 1996» e «o seu conservadorismo».
Continue a ler esta notícia