Costa sobre défice: "Não podemos ter obsessão quando prioridade é reconstruir país" - TVI

Costa sobre défice: "Não podemos ter obsessão quando prioridade é reconstruir país"

  • AR - Notícia atualizada às 13:29
  • 25 out 2017, 12:09

Primeiro-ministro afirma que a meta do défice é "a última" das preocupações do Governo, neste momento, depois dos prejuízos causados pelos incêndios

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira que a meta do défice é "a última" das preocupações do Governo, sublinhando que a prioridade neste momento é "reconstruir" os territórios afetados pelos incêndios.

Essa tem que ser a última das nossas preocupações neste momento", disse António Costa, quando questionado sobre a possibilidade de os apoios aos territórios afetados pelos incêndios poderem afetar a meta do défice.

De acordo com o primeiro-ministro, é necessário "manter uma trajetória de consolidação orçamental", sem que o Governo fique fixado nisso.

Não podemos ter uma obsessão, quando a prioridade que temos neste momento é obviamente reconstruir o país, é apoiar as famílias, é apoiar a reconstrução das habitações, é apoiar a reconstrução do tecido económico", sublinhou, considerando que sem a reativação da atividade económica na região afetada pelos incêndios "aquilo que está desertificado mais desertificado fica".

Nesse sentido, "a reativação da atividade económica é absolutamente central", sublinhou António Costa, que falava aos jornalistas após uma reunião de trabalho à porta fechada, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em Coimbra, onde foi apresentado um levantamento provisórios dos prejuízos das empresas afetadas pelos incêndios de 15 de outubro.

Porém, o líder do executivo sublinhou que está a ser feito um esforço para se "conseguir compatibilizar as coisas, quer através da mobilização de fundos comunitários, quer através da negociação com a Comissão Europeia de isenções de contabilização de certa despesa para efeitos do défice, quer com mecanismos de reengenharia que permitem a mobilização de recursos".

Estamos a encontrar soluções de forma a, sem derrapagens, responder àquilo que é necessário", explanou António Costa, reafirmando que "a última preocupação" do Governo é "discutir uma décima ou menos uma décima".

A própria Comissão Europeia não coloca essa questão, frisou, considerando que "não vale a pena" criar "angústias".

"Concentremo-nos em fazer aquilo que estamos a fazer. Claro que com responsabilidade, sabendo que temos metas a cumprir, que temos objetivos que temos de prosseguir e que iremos prosseguir de forma equilibrada como temos feito até agora", vincou.

"Com certeza que iremos conseguir resolver os problemas sem criar novos problemas", concluiu António Costa.

Leia também: Incêndios: perto de 350 empresas afetadas com prejuízos em torno de 360 milhões

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

"Nova visão" do território nacional

Ainda em Coimbra, o primeiro-ministro defendeu também esta quarta-feira uma “nova visão” do território nacional e disse que este tem de ser “aproveitado na sua integralidade”.

Na cerimónia de inauguração da Casa da Jurisprudência, no antigo Colégio da Trindade, António Costa sublinhou que, assim como foi possível reerguer das ruínas este edifício integrado em Coimbra Património Mundial, “e fazendo melhor”, também será possível ter a mesma atitude em relação à floresta e ao interior do país.

Temos de deixar de olhar para o interior como a muralha defensiva que foi durante séculos, mas antes como ponto de passagem integrado na Península Ibérica”, sublinhou.

 

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