“Trata-se apenas de um report estatístico, quer dizer que não tem qualquer influência nem na expectativa sobre o défice deste ano para o país, não tem nenhum impacto sobre a dívida portuguesa, trata-se portanto apenas de uma contabilização estatística que não tem qualquer efeito no nosso dia-a-dia. Da mesma maneira, quando o Novo Banco for vendido e se ajustar contas relativamente ao fundo de resolução, Estado quando receber os 3,9 milhões de euros isso também não terá, nenhum efeito na nossa dívida e no nosso défice, terá apenas um impacto estatístico”, disse, Passos Coelho no final de uma arruada em Arcos de Valdevez.
O primeiro-ministro salientou ainda que “o nosso défice do ano passado ficou cumprido dentro das metas que estavam comprometidas com a União Europeia” e que “é muito importante que a meta dos 3% de défice possa ser atingida, no sentido em que Portugal fique claramente abaixo dos 3%”.
"Havia do lado da oposição uma visão catastrofista de que nós não conseguiríamos, por via nenhuma, atingir estes resultados, e esta comunicação do INE reforça a nossa convicção de que eles estão ao nosso alcance", sublinhou ainda.
Passos Coelho descartou a hipótese os números agora conhecidos afastarem a coligação do objectivo do défice para 2015, considerando até que "reforcam-na".
"Nós estamos a cumprir o que estava programado, o nosso Programa de Estabilidade aponta justamente para essa meta. Do ponto de vista da execução orçamental temo-nos vindo progressivamente a aproximar desse objetivo. Creio que mais uns dias, será até ao final da semana, serão conhecidos os números de agosto da execução orçamental, e segundo as indicações de que já dispomos, que são avançadas do lado da receita, são bastante positivas", sustentou.
O Novo Banco fez disparar o défice do ano passado para 7,2%, confirmou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Contas feitas, a capitalização do Novo Banco (injeção de 4.900 milhões de euros), que ficou com os ativos considerados não tóxicos do Banco Espírito Santo (BES) após a resolução sobre esta instituição, entra nas contas de 2014 e faz o défice orçamental do ano passado ser revisto em alta para 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e não os 4,5% anteriormente estimados.