PAN pede Orçamento do Estado ambientalista, mas principal foco é o combate à crise - TVI

PAN pede Orçamento do Estado ambientalista, mas principal foco é o combate à crise

Inês de Sousa Real diz que os fundos do PRR estão a ir sobretudo para entidades poluentes

A deputada e atual líder do PAN esteve esta segunda-feira na TVI24, onde foi entrevistada por Miguel Sousa Tavares. Inês de Sousa Real abordou a questão do Orçamento do Estado para 2022, falando num contexto muito diferente dos primeiros orçamentos deste Governo, alguns deles aprovados pelo partido.

Sobre o diploma, a parlamentar pede uma retoma assente em maior responsabilidade ambiental, com o PAN a defender um orçamento assente em vários eixos, desde logo no combate à crise socioeconómica, que vai motivar a apresentação de uma proposta para a redução da carga fiscal para as famílias.

Não queremos um orçamento apenas ambientalista, queremos um orçamento assente em vários eixos. Há um eixo fundamental, que é o do combate à crise", disse.

Numa ótica mais virada para o ambiente, Inês de Sousa Real entende que o Plano de Recuperação e Resiliência deve realocar o dinheiro recebido para outros projetos: "O dinheiro está a ir sobretudo para entidades poluentes, em vez de se investir na adaptação do território".

Neste ponto, a deputada diz que os fenómenos de alterações climáticas, nomeadamente o da seca, afetam especialmente Portugal.

Sobre a vertente "animalista" que o PAN quer implementar no orçamento, Inês de Sousa Real diz que a proteção animal "está no ADN" do PAN, vincando que as associações de proteção animal fizeram, ao longo dos anos, aquilo que era o papel do Estado.

Questionada por Miguel Sousa Tavares sobre a intenção da proibição das touradas, a deputada diz que se trata de uma atividade "anacrónica", mostrando dados que ilustram um declínio da assistência a este tipo de espetáculos.

Apoios diretos ou indiretos a uma atividade anacrónica têm de acabar", afirmou.

Confrontada com o possível aumento do desemprego na área, Inês de Sousa Real diz que são poucos os casos em que isso se verificou, dizendo que importa distinguir as diferentes atividades do mundo tauromáquico.

Nesse ponto, a deputada admite uma "plena abertura" para uma reconversão profissional destas pessoas, caso se venha a verificar necessário.

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