Cotrim Figueiredo alerta para perigo de “oportunidade perdida” no Plano de Recuperação e Resiliência - TVI

Cotrim Figueiredo alerta para perigo de “oportunidade perdida” no Plano de Recuperação e Resiliência

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  • 21 set 2020, 12:49

Cotrim Figueiredo confessou sair “desapontado” do encontro com António Costa, considerando o esboço “muito dirigista, muito de cima para baixo, com o Estado a decidir o que é melhor para a economia, com pouca influência daquilo que é a sociedade, quer económica quer social”

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) criticou o esboço do Plano de Recuperação e Resiliência apresentado esta segunda-feira pelo primeiro-ministro ao partido, considerando que é “um decalque” da proposta do gestor Costa Silva e pode transformar-se numa “oportunidade perdida”.

Este é um plano que aparenta ser um decalque do plano Costa Silva e que não exibe nenhuma das características de gestão que mobilize a sociedade”, criticou o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, à saída da audiência com o primeiro-ministro, António Costa, que hoje recebe os partidos com representação parlamentar sobre o Plano de Recuperação e Resiliência.

Cotrim Figueiredo confessou sair “desapontado” do encontro, considerando o esboço “muito dirigista, muito de cima para baixo, com o Estado a decidir o que é melhor para a economia, com pouca influência daquilo que é a sociedade, quer económica quer social”.

Portugal, nos melhores anos de execução dos fundos estruturais, conseguiu aplicar cerca de 3.200 milhões de euros. O período que se avizinha dos próximos 6 a 7 anos exige execuções anuais na casa dos 6 a 7 mil milhões de euros, mais do dobro. E o governo prepara-se para ter o mesmo tipo de gestão, o mesmo tipo de governação desses fundos”, sustentou.

Para Cotrim Figueiredo, com este documento, o governo de António Costa vai desperdiçar uma “oportunidade única para mobilizar a sociedade portuguesa”, com “o Estado a impor projetos”.

Se Portugal tem aspirações a viver melhor, do ponto de vista material, mas também do ponto de vista social e do bem-estar, na qualidade dos serviços públicos, na qualidade das oportunidades que são dadas às pessoas, primeiro tem de ter estratégia clara de geração de riqueza e essa, até o próprio professor Costa Silva reconhece, essa riqueza é criada por empresas, não é criada pelo estado”, rematou. 

Durante a manhã, no Palácio de São Bento, António Costa vai ainda receber em sucessivas audiências o PEV, o PCP e o PAN. Na parte da tarde, a partir das 15:00, o primeiro-ministro reúne-se com o Chega, o CDS, o Bloco de Esquerda e o PSD.

A primeira versão deste plano, que é um dos instrumentos desenhados a partir da visão estratégica do professor universitário e gestor Costa Silva, vai ser apresentado em 14 de outubro no parlamento, e no dia seguinte será apresentado à Comissão Europeia.

O Plano de Recuperação e Resiliência enquadra-se no Plano de Recuperação Europeu, que pretende mitigar os efeitos da pandemia da covid-19.

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