Portas critica «pouco desprendimento» de José Paulo Carvalho - TVI

Portas critica «pouco desprendimento» de José Paulo Carvalho

Paulo Portas

Líder do CDS-PP diz que parlamentar devia deixar o seu lugar de deputado na Assembleia da República

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O líder do CDS-PP, Paulo Portas, criticou esta terça-feira o deputado José Paulo Carvalho pelo «pouco desprendimento» ao cargo, afirmando que «o natural» seria que, abandonando o partido, devolvesse o mandato.

«O dr. José Paulo de Carvalho foi eleito pelo partido. Não foi sequer eleito directamente, veio substituir um deputado. Livremente entende sair. O natural seria que devolvesse o mandato à instituição que o elegeu. Afinal, tanta conversa sobre princípios e tão pouco desprendimento aos cargos», afirmou, citado pela agência Lusa.

O deputado democrata-cristão José Paulo Carvalho anunciou esta terça-feira a desfiliação do partido, mas decidiu cumprir o mandato até ao final da legislatura, dizendo que já comunicou ao Presidente da Assembleia da República a intenção de se manter no Parlamento como deputado «não inscrito».

Além de José Paulo de Carvalho, desfiliaram-se hoje o ex-secretário de Estado Luís Mota Campos, a ex-deputada por Bragança Tábita Mendes e João Anacoreta Correia, entre outros.

Na primeira reacção, na sede do CDS-PP, Paulo Portas frisou que não lhe «passaria pela cabeça» sair do partido e não entregar ao partido o mandato de deputado.

Reacção às críticas

Sobre as críticas daquele grupo de militantes à sua estratégia política, o líder do CDS-PP afirmou que não deixará que haja «qualquer distorção» do que refere o seu documento de orientação política.

«O CDS não fará coligações com o Partido Socialista de cuja governação está muito longe nem com o PSD cuja orientação ideológica já não se percebe», afirmou Paulo Portas.

José Luís Mota Campos tinha acusado Paulo Portas de promover uma «deriva doutrinária» no partido e de estar disponível para viabilizar soluções governativas com qualquer dos dois maiores partidos.

«Eu lembro que o professor Freitas do Amaral, quando defendia a tese da equidistância, dizia que o CDS estava colocado entre o PS e o PSD. Comigo, o CDS está à direita de qualquer um destes partidos», afirmou.

Paulo Portas disse ainda que a sua estratégia está definida no documento de orientação política com que se apresentou à liderança do partido: «O CDS não tem que fazer alianças com ninguém», frisou, repetindo que o partido irá a votos «com a sua bandeira e com os seus valores».

Questionado sobre o significado das desfiliações hoje anunciadas, Paulo Portas frisou que foi eleito [sábado passado] com 95 por cento dos votos e disse que «problemas com militantes sempre vão havendo em todos os partidos».

Portas disse que o Bloco de Esquerda tem o problema com o vereador em Lisboa, que o PSD tem o problema com as faltas de 30 deputados e que o PS tem um problema com o socialista Manuel Alegre, acrescentando que o CDS tem um problema com um deputado que saiu livremente do partido e não devolve o mandato.

Quanto ao número de desfiliações, Paulo Portas desvalorizou, frisando que desde que foi eleito (em 2007) entraram para o CDS mais 1745 novos militantes.
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