PSD sobre Dijsselbloem: "Declaração imprópria, indigna e inaceitável" - TVI

PSD sobre Dijsselbloem: "Declaração imprópria, indigna e inaceitável"

  • AR - notícia atualizada às 18:23
  • 22 mar 2017, 16:53
Luís Montenegro

Líder parlamentar Luís Montenegro apresenta voto de condenação e pede afastamento do presidente do Eurogrupo, que acusou países como Portugal de gastarem dinheiro em “copos e mulheres”

O PSD entregou esta quarta-feira na Assembleia da República um voto de condenação pelas "declarações inaceitáveis" de Jeroen Dijsselbloem, no qual defende o seu afastamento do cargo de presidente do Eurogrupo.

A Assembleia da República repudia as declarações proferidas pelo atual presidente do Eurogrupo e considera-as incompatíveis com a permanência de Jeroen Dijsselbloem no cargo que ocupa no seio do Eurogrupo", lê-se no texto assinado pelo presidente do partido, Pedro Passos Coelho, e pelo líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, entre outros deputados.

Também PS, BE e CDS-PP têm textos sobre a mesma matéria, que serão votados na sexta-feira.

Nos considerandos do voto, os sociais-democratas classificam as declarações do ministro das Finanças holandês como "insultuosas e inaceitáveis para Portugal".

"Ninguém que exerça cargos desta importância nas estruturas europeias, seja qual for a sua proveniência partidária, pode fazer declarações deste tipo sem se sujeitar a uma condenação política veemente", refere o texto.

No debate quinzenal com o primeiro-ministro, que decorreu esta quarta-feira à tarde, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, já tinha repudiado as declarações do presidente do Eurogrupo e defendido o seu afastamento, numa posição consonante com a do Governo português.

O líder da bancada do PSD criticou as declarações quer na forma, dizendo que "graçolas de mau gosto não se coadunam com a dignidade de cargos e instituições", quer no conteúdo.

Não aceitamos que se desmereça o esforço e sacrifícios dos portugueses que, com muito esforço, contribuíram para a recuperação do país", defendeu.

"Quem não respeita isto só tem um caminho e o caminho é ir embora", disse, numa posição consonante com a do Governo português nesta matéria.

O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, esta quarta-feira, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita, também hoje em Bruxelas, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações", disse António Costa.

 

Numa entrevista publicada na segunda-feira no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Dijsselbloem afirmou: "Durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda".

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