"Ouvi-o dizer que não importavam lugares no Governo, que o que importa são as politicas. Mas se as políticas finalmente vão tirar do mesmo saco da farinha o PS fico a aguardar outras conclusões, já não apenas sobre a saída de Portugal do euro, mas sobre outras medidas que o PCP tem vindo a defender e que não tem sido defendido pelo PS."
Antes disto, o primeiro-ministro já tinha acusado o PCP de querer "forçar a saída de Portugal do euro", vincando que, "apesar das reticências" de Jerónimo de Sousa, isso é claro "na posição que os eurodeputados comunistas têm assumido".
"O PCP quer forçar a saída de Portugal no euro apesar das reticências com que o deputado responde às minhas questões. Essa posição acabou por assumir-se naturalmente nessa posição que os eurodeputados comunistas têm assumido."
O ataque de Passos Coelho à bancada comunista seguiu-se à intervenção de Jerónimo de Sousa, que, uma vez mais, reiterou que os resultados eleitorais expressaram "a derrota do Governo e da sua política". O líder do PCP sublinhou que os portugueses foram às urnas "eleger 230 deputados", rejeitando "essa mentira de eleger um primeiro-ministro".
"Os resultados eleitorais expressaram não só a derrota do Governo, mas também a sua política. E exigiam uma mudança de politica. Uma exigência que implicava a imperativa necessidade de romper com o percurso do Governo."
Jerónimo acusou o Executivo de “estragar a vida a milhões de portugueses”, vincando a situação "dramática" em que vivem muitos portugueses.
"Os senhores são responsáveis por estragar a vida a milhões de portugueses."
Heloísa Apolónia, d’Os Verdes lembrou a “brutal emigração”, “emprego precário” e “crescimento ilusório”, para defender que “foi isto que os portugueses disseram que não querem” e, por isso, “retiraram a maioria absoluta” à coligação, que “tem hoje menos votos do que a oposição”.
Passos Coelho disse que é uma “evidência” que a coligação perdeu a maioria absoluta, mas quis
“recordar que a Constituição não diz que só se pode governar com maioria absoluta”. “É por isso que [os partidos da esquerda] perdem hoje tanto tempo a explicar [o porquê de quererem derrubar o Governo legitimamente eleito] e a atirar à cara do governo a falta de maioria absoluta”.
Depois, respondeu concretamente aos temas invocados pela deputada: “Não é verdade que o emprego seja completamente precário, não; não privatizámos a água; não, não inundámos o país de eucaliptos; não, o crescimento não é ilusório, tem sido até sustentado. [A quebra nos rendimentos expressão muito difícil das circunstâncias muito difíceis por que o país passou”.
“Depois de resgate e legislatura posso dizer sem qualquer ironia que conseguimos que o país não tivesse falhado no essencial, nem os portugueses, nem o governo. Foi por isso que ganhámos as eleições”, completou.