Avante!: Jerónimo pede «luta» e diz que «resistir é vencer» - TVI

Avante!: Jerónimo pede «luta» e diz que «resistir é vencer»

Secretário-geral do PCP diz que é possível uma «rutura» alicerçada na «luta»

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A reafirmação da «determinação» comunista na «luta» contra o acordo da ajuda externa e o apelo à mobilização dos portugueses marcaram a intervenção de Jerónimo de Sousa na abertura da 36.ª Festa do Avante!, que vai decorrer até domingo na Quinta da Atalaia, no Seixal.

«Aqui estamos nesta festa, como estivemos antes e como estaremos no futuro, a reafirmar não só a nossa determinação e luta de resistência mas a nossa convicção, não só da necessidade mas da possibilidade de travar e fazer uma rutura com esta política de afundamento nacional», afirmou o secretário-geral do PCP.

Qualificando o acordo de ajuda externa assinado com os credores internacionais como «um 'bulldozer' que tanto responsabiliza a 'troika' ocupante do Fundo Monetário Internacional, Banco Central europeu e União Europeia como a 'troika' submissa PS, PSD e CDS», o líder comunista fez um apelo aos portugueses.

«Apelamos à luta dos trabalhadores e das populações com a consciência das limitações e condicionalismos que resultam da ofensiva política e ideológica, da correlação de forças existente, tanto mais desequilibrada quanto maior era (e é) o comprometimento do PS com o pacto de agressão [o memorando da ajuda externa], com as medidas gravosas contidas no orçamento do Estado, com as malfeitorias contidas nas alterações ao Código do Trabalho».

Jerónimo de Sousa referiu ainda a declaração ao país que o primeiro-ministro se preparava para fazer poucos minutos depois. Para o secretário-geral do PCP, Passos Coelho até poderia revelar uma «flexibilização» do programa de ajustamento financeiro, mas «isso só prolonga a agonia», sublinhando que a única possibilidade é a «rejeição» do acordo.

O líder comunista destacou que passado um ano de aplicação daquele acordo, «a realidade começa a sobrepor-se à propaganda» e «ao enredo e manipulação de estatística» e deu o exemplo dos números do desemprego que subiram, sem que se tenham resolvido os problemas da dívida e do défice.

«A luta e a resistência é a mais difícil, mas ela é a primeira condição para rasgar o caminho à luta pela construção da alternativa. Como sempre afirmámos, resistir é vencer. E isso estamos a conseguir fazer», afirmou Jerónimo de Sousa, que referiu as manifestações, greves e protestos dos últimos meses.

«A primeira vitória foi ir para além do conformismo e do medo, ganhar coragem travando e dificultando a ofensiva, desgastando e reduzindo a base social de apoio ao Governo, acentuando dificuldades e contradições tanto no seio dos partidos do Governo como entre os partidos da 'troika' nacional defensores do pacto de agressão», acrescentou.

Jerónimo de Sousa insistiu em que «há hoje um elemento novo» e há cada vez mais portugueses «que tomam a consciência» de que com a política do Governo «o país afunda-se».

«A questão agora está, não só na necessidade de um novo rumo mas na possibilidade de rutura e de uma política alternativa patriótica de esquerda», reiterou, acrescentando: «Sim, é possível, alicerçada na luta».
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