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Congresso: PCP pede demissão do Governo

Palavras de Jerónimo de Sousa no Congresso dos comunistas

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Jerónimo de Sousa falou durante hora e meia no início dos trabalhos do congresso. Falou para fora exigindo a demissão do governo, mas também para dentro.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu que o partido deve fazer «um grande movimento de reforço da ação e da organização» e disse ser necessário «alargar» as contribuições financeiras de militantes e simpatizantes.

«A situação exige a concretização de um grande movimento de reforço da ação e da organização partidária, no plano da militância, de direção, de quadros, de organização, de ação política e ligação às massas, de luta ideológica, de imprensa partidária, informação e propaganda, de meios financeiros e de atividade internacional», afirmou o líder do PCP, durante a intervenção que fez na abertura do XIX congresso do partido, em Almada.

Jerónimo de Sousa terminou um discurso de quase hora e meia a falar para o partido, salientando «a necessidade de valorizar a militância, a principal fonte da capacidade de intervenção» e de «alargar a capacidade de direção, de vencer estrangulamentos e de prosseguir aos vários níveis na responsabilização, renovação e rejuvenescimento necessários à continuidade do trabalho de direção».

«É indispensável prosseguir a afirmação da unidade, coesão e disciplina, prevenindo e combatendo práticas que desmobilizam e enfraquecem», acrescentou, defendendo ainda a melhoria do «controlo de execução» através da «apreciação objetiva e crítica do trabalho realizado» para serem retiradas «as devidas ilações».

Jerónimo de Sousa pediu ainda a «responsabilização e assunção de responsabilidades» e a realização de «tarefas regulares» por parte dos quadros do partido, insistindo na necessidade de «uma ainda maior atenção à prioridade da organização e intervenção junto da classe operária».

Noutra fase do discurso, o líder do PCP tinha já feito uma referência «aos movimentos apresentados como inorgânicos» de contestação ao Governo que surgiram nos último ano, para defender que «no respeito pela sua autonomia» os comunistas têm de «trabalhar para que convirjam ou confluam na luta mais geral do povo português».

«Particular atenção deve ser dada ao recrutamento de novos militantes, associando o recrutamento à efetiva integração», disse ainda o secretário-geral, que a seguir chamou a atenção para as questões do financiamento do partido.

«O financiamento do partido é indissociável da garantia de independência política, orgânica e ideológica. Quando o resultado financeiro dos últimos anos, traduzindo uma melhoria ainda muito insuficiente, não altera no essencial uma situação que se mantém insustentável, precisamos de aumentar o peso das receitas próprias e garantir o equilíbrio indispensável», afirmou, dizendo que na «situação complexa» atual, o PCP tem de «alargar» a contribuição financeira dos militantes e simpatizantes.

Neste contexto, reiterou as críticas do PCP à lei do financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais e «as crescentes atitudes discricionárias, incluindo a plicação de coimas inadmissíveis», que disse serem «um claro ataque à festa do Avante e ao partido», citado da Lusa.
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