Défice foi "bandeira para tentar enganar", diz PCP - TVI

Défice foi "bandeira para tentar enganar", diz PCP

 Líder do PCP, Jerónimo de Sousa (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Jerónimo de Sousa não tem dúvidas que vão surgir "mais surpresas negativas" vindas do anterior Governo

O secretário-geral do PCP acusou esta sexta-feira o anterior Governo PSD/CDS-PP de ter utilizado a “bandeira” do défice para "tentar enganar” os portugueses.

“Surgirão mais surpresas negativas. Toda a campanha do PSD e do CDS foi cimentada na ilusão, na propaganda e na mentira”


Numa sessão pública em Évora, subordinada ao tema “Luta e confiança por um Portugal com futuro”, Jerónimo de Sousa aludiu assim à análise à execução orçamental até setembro da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que aponta para um défice de 3,7% nesse período, acima da meta do anterior Governo e dos 3% necessários para cumprir as regras europeias.

O secretário-geral comunista lembrou que as “surpresas negativas” da anterior coligação já incluíram, “primeiro, a questão da sobretaxa e da sua devolução” e, depois, “a situação do BANIF, do Novo Banco”.

Agora, “ficamos a saber que essa bandeira que estavam sempre a erguer, e que ainda ontem ergueram no debate [do programa do Governo PS], das metas do défice cumpridas, que ficaria abaixo dos 3%, afinal, parece que também aí quiseram enganar os trabalhadores e o povo”, continuou.

Perante sala cheia, Jerónimo de Sousa alertou os militantes e simpatizantes do partido que é preciso “não esquecer e responsabilizar” o anterior Governo PSD/CDS-PP, que “tanto mal fez aos trabalhadores e ao povo”, cita a Lusa.

A coligação “tinha essas duas bandeiras, da dívida e do défice”, mas, “apesar de tantos sacrifícios, de tanto esbulho, de tanto roubo nos salários, nas pensões e nas reformas, nos impostos” dos portugueses, a economia do país está “cada vez mais rastejante”, frisou Jerónimo de Sousa.

Em relação ao entendimento com o PS, que permitiu a formação do novo Governo, o líder comunista esclareceu que “não se trata de uma coligação, nem de um acordo programático, nem tão pouco de um acordo de incidência parlamentar”.

“Trata-se de um entendimento bilateral entre o PCP e o PS” que incide “sobre questões muito concretas que foram identificadas como comuns e exigindo mais urgência e solução”.

De fora, acrescentou, ficaram “questões em que se verificaram diferenças substanciais e que, colocando-se mais à frente, se verá então como encará-las, honrando os compromissos assumidos”.

“Não estamos nem perante um governo de esquerda, nem perante uma aliança de esquerda ou das esquerdas. Estamos perante um compromisso com objetivos concretos e imediatos que já permitiu impor à coligação PSD/CDS uma grande derrota”, argumentou.

O caminho que está “para diante não será fácil e muito menos simples”, mas “os comunistas terão e têm uma só cara, uma só palavra”, avisou também Jerónimo de Sousa.
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