Descida da TSU é "prenda de Natal" do Governo às grandes multinacionais - TVI

Descida da TSU é "prenda de Natal" do Governo às grandes multinacionais

XX Congresso do PCP

Jerónimo de Sousa lembrou ainda a componente de "justiça social e desenvolvimento económico" do salário mínimo nacional, que o PCP sempre defendeu que devia ser de 600 euros em janeiro de 2017

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, definiu a redução da Taxa Social Única (TSU) acordada em concertação social como uma "prenda de Natal" do "Governo do PS" às grandes multinacionais.

Não tenhamos ilusões: Este bónus, esta prenda de Natal que o governo do PS quis dar às confederações patronais, vai ter implicações, benefícios e privilégios para as grandes empresas, as grandes multinacionais", sustentou o líder comunista, em declarações à agência Lusa e à Antena 1.

O secretário-geral do PCP falava no Seixal (Setúbal), após uma delegação do partido se ter reunido com a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) para apresentação as principais conclusões do XX congresso do partido, que decorreu recentemente.

As declarações de Jerónimo surgem um dia depois de o Governo e os parceiros sociais terem chegado a um acordo de princípio de médio prazo, em sede de Concertação Social, sem a CGTP, e que contempla, no imediato, a atualização do salário mínimo nacional para os 557 euros, a partir de 01 de janeiro, a par da redução da TSU em 1,25 pontos percentuais para os empregadores.

Questionado sobre se a baixa da TSU pode representar um incentivo para a contratação pelo salário mínimo, o líder comunista foi perentório: "É inevitável".

E continuou: "Se há esta benesse, esta vantagem, a tendência vai ser de em vez de combater o número de trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional, eles vão aumentar. Há uma parte que é compensada, o patronato".

Depois, Jerónimo de Sousa deu como exemplo os setores da limpeza e as grandes superfícies como áreas cujos patrões podem ser abrangidos por este "bónus".

O comunista lembrou ainda a componente de "justiça social e desenvolvimento económico" do salário mínimo nacional, que o PCP sempre defendeu que devia ser de 600 euros em janeiro de 2017.

As "divergências" com o PS e o executivo "nada impedem o PCP de prosseguir" as suas lutas, como disso foi exemplo a "batalha" pelas pensões no Orçamento do Estado de 2017, assinalou ainda Jerónimo.

Pela parte da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), Clementina Henriques sublinhou haver poucos trabalhados das empresas ligadas à entidade que recebam o salário mínimo.

"Não é relevante" no global da associação, frisou ainda, valorizando o encontro com os comunistas e os pontos de convergência entre ambos.

A delegação do PCP que se deslocou esta tarde ao Seixal foi liderada pelo secretário-geral e integrada ainda por Bruno Dias (membro do Comité Central do PCP e deputado) e Fernando Sequeira (membro da Comissão para as Atividades Económicas junto do Comité Central do PCP).

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