Jerónimo aguarda “propostas concretas” mas quer “salário pago a 100%” a trabalhadores em lay-off - TVI

Jerónimo aguarda “propostas concretas” mas quer “salário pago a 100%” a trabalhadores em lay-off

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  • 5 jun 2020, 12:02
Jerónimo de Sousa vista o Parque Urbano da Várzea, em Setúbal

Líder do PCP diz que lay-off simplificado não pode ser eternizado e tem de ser encontrada solução que respeite a totalidade dos salários dos trabalhadores

O secretário-geral do PCP disse hoje que só tomará uma posição quanto ao Orçamento Suplementar quando souber as “propostas concretas” do Governo, mas defendeu que os trabalhadores em ‘lay-off’ devem ter “um salário pago a 100%”.

Creio que não é excessivamente ambicioso afirmar que o trabalhador que está em lay-off veja o seu salário ao fim do mês completo, um salário que seja pago a 100%, isto não é pedir 'o céu e a terra'”, afirmou Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

O líder comunista falava à margem de uma visita ao Parque Urbano da Várzea, em Setúbal, para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, mas as declarações acabaram por se focar no Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), apresentado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa

É evidente que só com o conhecimento concreto, para além dos anúncios do Governo, é que assumiremos a nossa posição”, referiu Jerónimo de Sousa, apesar de admitir que o partido continua “com preocupações sérias, particularmente na área social”.

Por aquilo que o Governo anunciou, vê-se que há procura de passos adiante, mas a verdade é esta: hoje, com esta situação, de três em três meses os trabalhadores perdem salário e isto com todas as consequências económicas e sociais que existirão, particularmente para os mais vulneráveis”, considerou.

Por este motivo, na visão do secretário-geral comunista, o regime de ‘lay-off’ simplificado, que abrange cerca de 600 mil trabalhadores, “não pode ser eternizado e precisa de uma evolução em que seja respeitado o salário por completo”.

O PCP continua com a dúvida sobre se o Governo “fará um esforço para que manter a palavra dada de que não vamos andar para trás, de que não vamos regressar aos tempos da chamada austeridade”, assinalou.

Todos os anúncios tiveram como pano de fundo a declaração de que iam correr tempos difíceis, tempos que vão doer e era importante perceber: vão doer a quem?”, questionou.

Perante estas dúvidas, Jerónimo de Sousa considerou que o PCP ainda não está em condições de definir uma posição sobre o Orçamento Suplementar, que será apresentado pelo Governo na próxima terça-feira.

Como digo, não queria fazer juízos de valor antecipados. Perante o pano, nós talhamos a obra”, frisou.

PCP considera PEES “insuficiente”, mas aguarda Orçamento Suplementar

O PCP considerou "insuficiente e limitado" o programa anunciado pelo Governo para responder à crise causada pela pandemia de covid-19 e remeteu para mais tarde uma posição sobre o Orçamento Suplementar.

Numa conferência de imprensa no parlamento, o deputado comunista Duarte Alves afirmou esperar por uma melhor concretização de algumas das medidas do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) anunciadas pelo primeiro-ministro na quinta-feira no Orçamento Suplementar, que será entregue na terça-feira no parlamento.

Duarte Alves afirmou que, apesar de ser com "meses de atraso", "já se sente o resultado das iniciativas" ou da "intervenção do PCP", como o aumento da proporção do salário pago em caso de 'lay-off´, a suspensão do pagamento por conta para as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) ou ainda o apoio aos sócios-gerentes que tiveram de encerrar as suas empresas.

"Mas o que marca o programa apresentado é o caráter insuficiente e limitado das medidas, bem como opções que persistem no favorecimento do grande capital", disse.

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