Jerónimo critica regresso aos mercados com «juro brutal» - TVI

Jerónimo critica regresso aos mercados com «juro brutal»

Secretário-geral do PCP participou esta quinta-feira numa caminhada, do Chiado até ao Rossio, exigindo a demissão do Governo

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, participou esta quinta-feira numa caminhada, do Chiado até ao Rossio, em Lisboa, exigindo a demissão do Governo, e criticou o recente regresso aos mercados financeiros.

«Vem o Governo, todo contente, dizer que a procura foi maior que a oferta... 'obrigadinho'. Claro, com um juro de 5,6 por cento, em que passamos a ter de pagar 200 milhões de euros por ano, no momento em que o Banco Central Europeu baixou as taxas de juro para 0,5 por cento, em que o dinheiro está mais barato, aqui está este Governo a sujeitar-se a um juro brutal», afirmou.

Dezenas de bandeiras agitaram-se em frente do palanque ocupado pelo líder comunista, que se congratulou com a «informação da própria polícia de que são mais de mil [pessoas]», a vaiar cada menção ao executivo liderado por Passos Coelho e ao Fundo Monetário Internacional, e a repetir a palavra de ordem: «Está na hora, está na hora, do Governo se ir embora».

«Sabemos que daqui a quatro ou cinco anos ou menos este Governo não estará cá, mas a ideia deles é quem vier atrás que feche a porta», continuou, referindo-se à recente operação de venda de dívida pública a 10 anos.

Jerónimo de Sousa condenou ainda aquilo que considerou ser um «exemplo gritante da aplicação do pacto de agressão e da política de direita» já que, «nos 21 meses, foram destruídos 459.800 postos de trabalho e mais 277 mil trabalhadores ficaram no desemprego, cuja taxa se agravou em 46 por cento, para 17,7 no primeiro trimestre de 2013».

«Os trabalhadores vão demonstrar, no próximo dia 25 de maio, em Belém, que nada está perdido para todo o sempre, apesar da força bruta que eles [Governo] têm. Apesar da redução da sua base social de apoio e desta fuga para a frente, ai deles se o povo quiser retomar os caminhos de abril, do desenvolvimento económico, do progresso, dos valores que há 39 anos fizeram lei na nossa pátria», afirmou.

Sobre as anunciadas novas medidas de cortes na despesa pública, o deputado do PCP classificou-as como «mais um programa de bárbara austeridade contra os trabalhadores, os reformados e as famílias», em clima de «terrorismo social».

«Temos um país de vendedores e de serviços, mas precisamos é de produtores, precisamos de produzir mais, na agricultura, nas pescas, na indústria, de devolver ao pais o que é do pais, os seus recursos naturais as suas riquezas do subsolo em vez de as entregar às multinacionais canadianas, estrangeiras, que levam o nosso ouro, o nosso cobre, as nossas riquezas para o seu país, enquanto aqui não fica nada», defendeu.

Além de tarjas, vários cartazes foram empunhados pelos manifestantes, um deles com a inscrição «Presidente da República não cumpre Constituição, todos a Belém! O Povo exige eleições», tendo o Chefe de Estado sido também visado pelas vozes que desceram do Chiado: «Basta, Governo de Cavaco!».
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