Jerónimo diz que trabalhadores «têm razões fortes» para lutar - TVI

Jerónimo diz que trabalhadores «têm razões fortes» para lutar

PCP contra «roubo descarado ao povo português»

Mas secretário-geral do PCP recusa antecipar cenário de uma greve geral

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou, nesta terça-feira, que os trabalhadores «têm razões fortes» para lutar, mas serão eles a decidir se essa luta passa por uma greve geral.

«Razões fortes para lutar têm, mas, obviamente, são eles que decidem», afirmou Jerónimo de Sousa à Lusa, à saída de uma reunião com a Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, para «conhecer conteúdos, objetivos, ação reivindicativa e perspetivas em relação ao futuro».

«Nós não decidimos greves gerais, nem manifestações. O que dizemos é que os trabalhadores portugueses, esta Frente Comum, a CGTP, têm razões bem fortes para dar uma resposta de luta àquilo que o Governo está a fazer e o que pretende fazer», argumentou Jerónimo de Sousa.

Segundo o líder comunista, os trabalhadores constituem para o executivo «um estorvo» à «destruição» de uma conceção do Estado que está em marcha por parte do Governo.

«O Governo não tem uma visão de diabolização dos trabalhadores da Administração Pública, o problema do Governo é que quer outro Estado, um Estado alienado do seu património público empresarial, um Estado alienado das suas obrigações constitucionais em relação aos serviços públicos, um Estado onde a transferência da sua riqueza e das suas funções seja atribuída ao capital», criticou.

O secretário-geral comunista alertou também para a redução dos escalões do IRS anunciada por Vítor Gaspar e que pode vir a «rapar» mais salários.

«Eu diria que, passo a expressão, faz umas cócegas, aplica uns trocos de tributação ao capital, comparado com aquilo que estão e querem roubar aos trabalhadores, seja da administração pública seja do setor privado», observou.

Em reação às medidas anunciadas pelo ministro das Finanças, Jerónimo de Sousa considerou que «em relação ao défice há uma pequena flexibilidade de prazos, em relação ao capital, às grandes fortunas, há uma ausência de taxação fundamentalmente dos lucros do capital, aos grandes grupos económicos».

«Na declaração do ministro, há um elemento fundamental que demonstra e caracteriza bem os objetivos deste Governo, que são as alterações e redução dos escalões do IRS, em termos dos pagamentos médios», defendeu.

Jerónimo de Sousa disse querer «alertar os portugueses, particularmente os trabalhadores, para esta redução dos escalões», avançando a hipótese de o Governo poder vir a «rapar mais nos salários, seja dos trabalhadores da administração pública, seja nos trabalhadores do setor privado».

«A ver vamos, mas há claramente o indício. Não vão ficar por aqui em relação ao que Passos Coelho anunciou e esta questão da alteração dos escalões do IRS vai ser mais um golpe profundo nos salários dos trabalhadores portugueses», perspetivou.
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