Jerónimo volta a alertar para os perigos de uma maioria absoluta do PS - TVI

Jerónimo volta a alertar para os perigos de uma maioria absoluta do PS

  • MM
  • 15 set 2019, 00:00

Secretário-geral do PCP esteve, este sábado, em Vila Franca de Xira

 O secretário-geral do PCP dramatizou, este sábado, uma maioria absoluta do PS nas legislativas e pediu o voto na CDU para evitar o regresso do “ramerrame” da política de direita, com os socialistas.

É preciso dar mais força à CDU”, pediu Jerónimo de Sousa, numa festa-comício no centro de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, em que disse que se o PS ficar de "mãos livres”, em maioria absoluta, muitas políticas adotadas nos últimos quatro anos, com o apoio dos partidos de esquerda, acabarão "por andar para trás" e ser perdidas, "com o apoio do PSD e do CDS".

O líder dos comunistas portugueses afirmou que muitas das medidas adotadas pelo executivo de António Costa, com o apoio do PCP, PEV e também o Bloco de Esquerda, “não estavam no programa o PS” e foi preciso ultrapassar “muitas e fortes resistências".

Esta foi também a resposta de Jerónimo de Sousa à entrevista do ministro das Finanças, Mário Centeno, à TSF, na sexta-feira, em que, na interpretação comunista, admitiu que “ao PS convinha a maioria absoluta para conseguir mais rápido os seus objetivos”.

Foi pena que não dissesse quais eram são”, comentou.

E foi também nesta parte do discurso, de pouco menos de 30 minutos, que fez o alerta: “Se o PS ficar com de mãos livres muita da matéria em que se avançou [desde 2015] acabará por andar para trás e ser perdida, com o apoio do PSD e do CDS.”

Jerónimo de Sousa voltou a apontar a Mário Centeno e ao Governo que o PCP apoiou através de um acordo parlamentar, por continuar a “dar dinheiro à banca” e não o ter para resolver “os problemas dos trabalhadores e do povo”.

Aos presentes, umas centenas de militantes e apoiantes, pediu que registassem como o executivo “dramatiza o discurso contra o perigo das exigências excessivas que põe em causa a estabilidade”.

Para Jerónimo, o que está em causa em 06 de outubro é uma “batalha onde a opção é entre avançar no que é preciso fazer pelo país e pelos direitos dos trabalhadores”, dando “mais força à CDU” ou “então andar para trás”.

Deixando o PS de mãos livres para praticar a velha política, com ou sem o PSD e o CDS”, acrescentou.

Ao longo do discurso, o líder comunista nunca elogiou o Governo do PS, antes optando fazer sérias críticas, associando os socialistas a opções da “velha política”, ou de direita.

As maiores críticas, ainda assim, foram para o PSD e CDS, as forças e “os interesses do grande capital” que previram “o caos” em 2015, com o governo apoiado pela esquerda, e, afinal, enganaram-se.

Os “avanços”, na terminologia comunista, “mostraram a falência do discurso da catástrofe das forças da capital, quando afirmavam que o país mergulharia no caos com o aumento do salário mínimo, com o aumento de reformas, com a reposição dos direitos”.

Não só o país não mergulhou no caos, como foi a reposição de direitos e rendimentos, o que permitiu o crescimento económico e o crescimento do emprego”, disse.

Numa altura em que são publicadas sondagens, em que a CDU oscila nos resultados, o secretário-geral comunista afirmou que até parece que “os eleitores estão dispensados de votar”, que “as sondagens decidem e votam”.

Pois quem vota são os portugueses e não há vencedores antecipadas”, alertou.

No final, pediu empenhamento a militantes e simpatizantes da CDU, a quem pediu: “Trabalhem, sintam-se candidatos.” Em por três vezes, repetiu “confiança”, a palavra que quer que defina a campanha da coligação de verdes, comunistas e independentes.

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