«Orçamento suplementar é um eufemismo» - TVI

«Orçamento suplementar é um eufemismo»

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa diz que previsão do défice de 3,9 por cento em 2009 é uma «medalha» para os portugueses

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse sexta-feira na Marinha Grande que a previsão do défice de 3,9 por cento em 2009 no Orçamento Suplementar é uma «medalha» para os portugueses.

«O Governo sacralizou a recessão das contas públicas como o problema central do nosso País, o principal problema económico e, à pala disso, exigiu grandes sacrifícios», afirmou o líder do PCP, no final de um comício evocativo do 75º aniversário da revolta armada de 18 de Janeiro de 1934.

O dirigente comunista lembrou que por causa do défice «houve corte no investimento público», num momento em que «alguma flexibilização poderia levar a mais crescimento económico».

Para Jerónimo de Sousa, «há uma contradição insanável», situação que até «não seria drama nenhum» mas «o grande problema é que quem vai pagar é o País e o povo português».

O secretário-geral do PCP considerou que a taxa de desemprego agora prevista pelo Governo é «uma visão optimista». «A nossa inquietação é que a não serem tomadas medidas que alterem esta política económica que está a ser realizada, podemos ter um desemprego real - e falamos não das estatísticas oficiais ¿ de cerca de 10 por cento», apontou o dirigente comunista.

Crise está longe de terminar

Jerónimo de Sousa disse ainda ser «importante saber» se o Orçamento Suplementar «já corresponde à visão do governador do Banco de Portugal anunciado em data recente ou se as previsões que o Governo fez são antes desse balanço tremendo».

«É uma dúvida pertinente», sublinhou, tanto mais que «o Governo ainda pode estar recuado no tempo e as medidas acabarão por não corresponder às necessidades objectivas do País».

Segundo o secretário-geral do PCP, chamar Orçamento Suplementar «é mais um eufemismo», pois na discussão do Orçamento do Estado «todas as forças da oposição» lembraram que o Governo iria «precisar de um orçamento rectificativo».

«A maioria foi cega, surda e muda ao reconhecer, através de um eufemismo, o que é um Orçamento Rectificativo», observou Jerónimo de Sousa, acrescentando estar «profundamente inquieto e pouco seguro em relação à veracidade daqueles números».

«Nós pensamos que a crise está longe de terminar e que neste ano de 2009 ainda existirão acontecimentos que podem levar a um aumento da situação de crise», advertiu o líder do PCP.
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