PCP avança comissão de inquérito sobre situação dos Estaleiros - TVI

PCP avança comissão de inquérito sobre situação dos Estaleiros

PCP assinala centenário do nascimento de Álvaro Cunhal com comício no Campo Pequeno, em Lisboa (LUSA)

Jerónimo de Sousa fez este anúncio durante uma sessão pública inserida nas comemorações do centenário do nascimento do antigo secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal

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O PCP vai avançar com uma proposta de comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidades políticas e administrativas pela situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, anunciou este domingo Jerónimo de Sousa.

«Iremos também avançar com a proposta de uma comissão parlamentar de inquérito com o objetivo de apurar responsabilidades políticas e administrativas pela situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, sem prejuízo de outras iniciativas a tomar no curto prazo visando impedir a consumação da decisão política de liquidação da empresa tomada pelo Governo PSD/CDS-PP», afirmou o secretário-geral do PCP.

Jerónimo de Sousa fez este anúncio durante uma sessão pública inserida nas comemorações do centenário do nascimento do antigo secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, num hotel de Lisboa.

Antes, o secretário-geral do PCP referiu que os comunistas têm tomado «diversas iniciativas» na Assembleia da República para viabilizar esta empresa de construção naval, impedir a sua privatização e o seu desmantelamento e salvaguardar os postos de trabalho dos seus trabalhadores.

Jerónimo de Sousa sustentou que, «tanto governos do PS como do PSD/CDS-PP, pelas mãos de sucessivas administrações de confiança política, têm sido responsáveis pela destruição dos estaleiros», até ao ponto em que o atual executivo decidiu promover «a liquidação da empresa com o despedimento de todos os trabalhadores para concessionar a empresa privada que não dá o mínimo de garantia quanto à viabilização da empresa e quanto dos seus trabalhadores à manutenção dos postos de trabalho».

Em causa está a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ao grupo português Martifer, conhecida no dia 18 de outubro.

Segundo o secretário-geral do PCP, este é«"um caso escandaloso de verdadeira sabotagem económica, um autêntico crime económico» contra o interesse nacional.

«Todos os dias ouvimos falar da importância estratégica do mar para o desenvolvimento nacional, mas o que temos assistido em relação a esta empresa é a um caso escandaloso de verdadeira sabotagem económica, um autêntico crime económico contra 600 trabalhadores e as famílias, contra a região de Viana do Castelo, contra a economia nacional», declarou.

Contestando a forma como esta empresa tem sido gerida, apresentou o seguinte historial: «A encomenda de navios patrulha para a Marinha, tão necessários para a defesa das nossas águas territoriais, ficou apenas pela construção de dois navios, e foi cancelada pelo Governo em nome da crise. A encomenda de dois navios asfalteiros feita pela Venezuela, que por si só garantiam a viabilidade da empresa, foi posta deliberadamente a marcar passo. O navio construído para o Governo dos Açores está a apodrecer Arsenal do Alfeite, à espera de um comprador».

No dia 2 de outubro, a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo anunciou que o grupo Martifer era o único concorrente à subconcessão dos terrenos e infraestruturas desta empresa pública, depois de o grupo russo AK ter sido excluído do concurso, por falta de entrega de documentação no prazo fixado.

No dia 18 de outubro, foi conhecida a adjudicação da subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ao grupo Martifer.
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