PCP diz que "a História não se apaga", mas momento é de "perda" - TVI

PCP diz que "a História não se apaga", mas momento é de "perda"

Na hora da despedida, Jerónimo de Sousa aceita diferentes interpretações da História e da relação de Mário Soares e do PS com o Partido Comunista, sublinhando o papel dos dois partidos e suas figuras para Portugal

O que a História vai escrever do papel de Mário Soares, do PS e do PCP é algo que o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, quis desenvolver pouco à porta do Mosteiro dos Jerónimos, onde o corpo do antigo Presidente se encontra em câmara ardente.  Jerónimo de Sousa sublinhou que o momento "é de pesar e de perda", tendo referido apenas que "a história não se inventa",  que "a história não se apaga".

Mário Soares foi um combatente da ditadura política, defendeu os presos políticos, incluindo camaradas meus, num tempo em que era difícil fazê-lo e, por isso mesmo, sem esquecer as divergências profundas que tivemos, sobretudo depois do 25 de Abril, independentemente disso, este é um momento de pesar e de apresentar as condolências à família e ao Partido Socialista".

A história "acontece" e o secretário-geral do PCP assume que, "naturalmente, existirão interpretações diferentes" do que se passou nos anos da Revolução do 25 de Abril.

Há quem diga que Soares combateu uma possível ditadura de esquerda liderada pelo PCP e o próprio acusou Álvaro Cunhal, no célebre debate que travaram em novembro de 1975, de querer seguir esse caminho. Uma tese que os comunistas nunca acompanharam e continuam a não acompanhar. "Com base na verdade e nos factos", frisou Jerónimo de Sousa.

E ficou por aí, não querendo fazer do momento, "que é de pesar e de perda", uma "conferência de imprensa". "No quadro de respeito pela morte, se me permite, não desenvolvo essa mesma resposta", disse aos jornalistas.

Antes, porém, lembrou que o seu partido continua a considerar que a revolução de Abril "foi um ato e um processo que resultou de muita luta, onde esteve o Partido Comunista Português, com grande destaque, onde esteve Mario Soares". 

Mas costuma dizer-se muitas vezes, que quem escreve a História são os vencedores, mas a história não se apaga, nós temos a nossa própria visão da História".

 

Continue a ler esta notícia