PCP pede “sensatez” ao Governo nas regras para acesso às praias - TVI

PCP pede “sensatez” ao Governo nas regras para acesso às praias

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  • AG-Atualizada às 22:01
  • 14 mai 2020, 19:42
Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa foi recebido pelo primeiro-ministro em São Bento

O secretário-geral do PCP defendeu esta quinta-feira que o Governo deve ter "sensatez" na definição das normas para acesso às praias, alegando que estes espaços de lazer não devem tornar-se focos de conflitos no período de férias.

Esta advertência foi deixada por Jerónimo de Sousa após ter sido recebido pelo primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre a segunda fase de desconfinamento de atividades económicas e sociais no atual quadro de pandemia de Covid-19.

Perante os jornalistas, Jerónimo de Sousa considerou que a reabertura das atividades deve ser acompanhada por uma exigência em matéria de condições sanitárias.

No caso das praias, o líder comunista frisou que o PCP entende que "tem de haver uma posição muito sensata por parte do Governo, de forma a não criar num espaço de lazer e de descanso focos de conflito".

Devem existir condições de segurança no plano sanitário. Os portugueses bem merecem o descanso e as férias tendo em conta a situação que vivemos", frisou.

Já sobre a realização da Festa do Avante, em setembro, Jerónimo de Sousa considerou "incontornável" o contacto entre o PCP e a Direção Geral da Saúde.

Nas festas anteriores tivemos a opinião e a certificação da DGS. Isso irá acontecer. Mas falta quatro meses para a festa e quatro meses é muito tempo. Agiremos tranquilamente", acrescentou.

PCP não vai dividir o Governo

O secretário-geral do PCP recusou comentar o caso político entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças em torno do Novo Banco, advertindo que não se espere dos comunistas uma tentativa para "salamizar" o Governo.

Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas após ter sido recebido pelo primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre a segunda fase de desconfinamento de atividades económicas e sociais no atual quadro de pandemia de Covid-19.

Questionado sobre o estado das relações entre António Costa e Mário Centeno, o líder comunista não aprofundou o assunto e invocou a habitual linha de conduta seguida pelo seu partido.

O PCP nunca defendeu o princípio de que a política se faz arrumando ministro a ministro. Há um coletivo, há um Governo e um primeiro-ministro que tem essa responsabilidade particular. Não temos essa visão de trabalhar à peça", respondeu o secretário-geral do PCP numa "alusão ao episódio" entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro.

Jerónimo de Sousa disse depois que o PCP aguardará o desfecho desse episódio entre o primeiro-ministro e o seu ministro de Estado e das Finanças, mas reforçou a sua mensagem: "Não peçam ao PCP para ir salamizando o Governo, porque a responsabilidade é do Governo no seu conjunto".

O primeiro-ministro decidirá e atuará", acrescentou.

Perante os jornalistas, o secretário-geral do PCP adiantou também que, até agora, a questão da nomeação do novo governador do Banco de Portugal não foi abordada.

PEV fala em abalo

O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) considerou que o "abalo" entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o primeiro-ministro, António Costa, "pode fragilizar a credibilidade do Governo", mas que é uma situação ultrapassada.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo do PEV José Luís Ferreira no final de uma reunião com o primeiro-ministro, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, antes de o Governo tomar decisões sobre a segunda fase de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de Covid-19.

Consideramos que é muito grave a falha de articulação que houve entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro", declarou o deputado do PEV, acrescentando: "Registamos com alguma preocupação este abalo - eu não diria que foi uma crise - que pode fragilizar a credibilidade do Governo, mas que creio que está ultrapassada".

José Luís Ferreira realçou, contudo, que "a nomeação dos membros do Governo é da exclusiva competência do senhor primeiro-ministro" e que para o PEV "mais importante que as pessoas são as políticas praticadas".

O que é mais grave da nossa perspetiva é que com esta transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco o Governo acabou por violar um compromisso que publicamente tinha assumido com os portugueses", afirmou, referindo-se às declarações do primeiro-ministro no parlamento em que remeteu nova injeção de capital para depois de conhecidos os resultados da auditoria em curso.

Sobre a próxima etapa de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de Covid-19, a deputada do PEV Mariana Silva disse que nesta reunião com o primeiro-ministro o seu partido alertou para perigos das praias não vigiadas e "de outros locais que os portugueses possam vir a procurar como barragens e rios e que possam não estar habituados a frequentar".

Além disso, o PEV defendeu "mais investimento em transporte público" e "que todos os municípios tenham a possibilidade de oferecer aos alunos que necessitem de transporte escolar adequado e em segurança", e ainda que face ao impacto da atual crise nos rendimentos das famílias "os apoios sociais sejam também adequados".

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