O secretário-geral comunista rejeitou "substituir à peça membros do Governo" devido aos incêndios, defendendo que decretar Estado de Calamidade foi uma "medida avisada", mas que o executivo devia ativar, junto da União Europeia, o Fundo de Solidariedade.
Jerónimo de Sousa visitou hoje à noite às Festas do Barreiro, distrito de Setúbal, e questionado sobre se a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, tem condições para continuar no cargo na sequência dos problemas no combate aos incêndios - e concretamente depois da tragédia de Pedrógão Grande - foi perentório a afirmar que "substituir à peça membros do Governo nunca dá bom resultado".
O problema nunca é um problema pessoal, é fundamentalmente de políticas. Não é afastando este ou aquele ministro, este ou aquele secretário de Estado, este ou aquele responsável técnico. Apure-se, tire-se as conclusões, tanto no plano técnico como no plano político", defendeu.
Sobre a decisão do Governo de decretar Estado de Calamidade pública com efeitos preventivos, entre as 14:00 de hoje e as 24:00 de segunda-feira, o secretário-geral do PCP considerou que esta foi uma "medida cautelar e avisada, tendo em conta as condições climáticas muito hostis do próximo fim-de-semana".
Nós pensamos que deveria ser imediatamente ativado, junto da União Europeia, o fundo que existe de solidariedade para acudir a esta situação excecional. Estamos perante uma situação excecional", apelou.
O Governo, na opinião de Jerónimo de Sousa, "deveria tomar essas medidas para desbloquear as verbas necessárias" e concentrar "esforços para tentar impedir aquilo que continua a haver" em termos de incêndios, designadamente o "drama de Mação".
É preciso dar resposta porque essas condições climáticas tenderão a agravar a situação, com a necessária solidariedade com mecanismos que estão previstos e que deveríamos ter essa ajuda", defendeu.
Ainda sobre a tragédia de Pedrógão Grande, o líder comunista recordou que a opinião do PCP "desde o princípio foi muito clara, designadamente à necessidade de investigação e apuramento de responsabilidades", dando o exemplo da "questão do SIRESP (sistema de comunicações) que constitui um falhanço tremendo".
Sempre considerámos que, independentemente dessa investigação que devia ser levada até ao fim, a medida principal era acudir aqueles que sofreram as consequências dramáticas dos incêndios", enfatizou.