TAP: Jerónimo acusa Governo de querer “estoirar” património público empresarial - TVI

TAP: Jerónimo acusa Governo de querer “estoirar” património público empresarial

Jerónimo de Sousa (JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA)

Secretário-geral do PCP afirmou ainda que "a raiz do problema" da TAP é o executivo "insistir" em privatizar a empresa

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou esta quinta-feira o Governo de querer "estoirar" com o património público empresarial em Portugal, referindo que "a raiz do problema" da TAP é o executivo "insistir" em privatizar a empresa.

O Executivo PSD/CDS-PP "volta a insistir nessa privatização por razões que não têm a ver com razões económicas", mas "fundamentalmente com uma opção de fundo do Governo de estoirar com tudo aquilo que é património público empresarial em Portugal", disse Jerónimo de Sousa, aos jornalistas, durante uma visita à feira Ovibeja, em Beja.

A propósito da greve de 10 dias dos pilotos da empresa, "independentemente do juízo crítico que possa ser feito, tendo em conta algumas questões que são reivindicadas, designadamente no caso de privatização poder haver uma parcela para os pilotos, gostaria de sublinhar que o problema e a causa funda que neste momento existe na TAP tem a ver com a privatização", frisou.

"Podemos fazer o enfoque em relação à greve dos pilotos, podemos questionar e até fazer esse reparo crítico em relação a alguns objetivos que defendem, mas a questão de fundo é esta: se se resolvessem os problemas dos pilotos, o governo abdicava de privatizar a TAP?", questionou.


Segundo Jerónimo de Sousa, "a questão central, a raiz do problema continua a ser este objetivo de privatização", com o qual o PCP discorda "profundamente" e é o que "leva a que os trabalhadores, preocupados com o seu futuro, reajam".

"Há uma verdade muito linear: O Governo quer simplesmente entregar a TAP a grupos económicos e financeiros, particularmente estrangeiros", sublinhou.

"Acabe-se com esse objetivo de privatizar a TAP", mantendo-a como uma "empresa de bandeira, nacional" e "o conflito resolve-se", porque "não se admite que se esteja a financiar as empresas ‘low-cost' e não haja possibilidades de financiar a TAP", defendeu o líder dos comunistas.


Segundo Jerónimo de Sousa, "fala-se dos prejuízos que resultam da greve", mas, "no verão passado, por atos errados de gestão, foram canceladas centenas de voos, com atrasos significativos".

"Alguma vez ouviram o Governo ameaçar que despedia o conselho de administração? Não. Nem piou", disse, referindo tratar-se de uma "demonstração de dois pesos e duas medidas".


Ninguém livra PSD e CDS-PP de “grande banhada eleitoral” 

O secretário-geral do PCP defendeu ainda que "quanto mais depressa" forem marcadas as legislativas "melhor", para o Governo deixar de "fazer tanto mal ao país", referindo que ninguém livrará a coligação PSD/CDS-PP de "uma grande banhada eleitoral".

"Tendo em conta este Governo, quanto mais depressa melhor, nem um dia que fosse deixava de fazer tanto mal ao país como está a fazer neste momento, e nós [PCP] consideramos que mais uma semana, menos uma semana, ninguém vai livrar esta coligação, este PSD e este CDS-PP, de uma grande banhada eleitoral", disse Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP reagia ao anúncio do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que disse na quinta-feira que anunciará em julho a data das eleições legislativas deste ano, recordando que terão de ocorrer entre 14 de setembro e 14 de outubro.

Questionado pelos jornalistas sobre quando o PCP vai anunciar o seu candidato às eleições presidenciais de 2016, Jerónimo de Sousa disse que o "empenhamento" e a "batalha principal" do partido são as próximas legislativas, porque vão decorrer primeiro.

"Tudo tem o seu tempo. Não ponhamos o carro à frente dos bois. Vamos às legislativas e depois temos tempo" para as presidenciais, frisou.

"Naturalmente, o meu partido discutirá depois das eleições legislativas e com uma garantia: a nossa decisão vai contribuir, de uma forma muito própria de intervirmos nessa área, para a eleição de um Presidente da República que cumpra e faça cumprir a constituição".

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