«Não queremos acabar com os ricos» - TVI

«Não queremos acabar com os ricos»

Jerónimo de Sousa

Apoiantes que ajudaram a encher o Campo Pequeno revelaram razões da militância ao tvi24.pt

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Era um desafio encher o Campo Pequeno. Para o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, foi superado, com a presença de cerca de 7 mil apoiantes. Foram muitos os «camaradas» que vieram à praça de touros de Lisboa, para ouvir Jerónimo e animar a festa.

Tolentino Henriques, é comunista há 30 anos, mas só há seis meses se tornou militante. O que o motiva, diz, é o facto de «este ser o partido que luta contra o capitalismo, é o único que tem a força para combater o escândalo e que substancia melhor os valores do 25 de Abril, é uma revolução inacabada», diz com convicção.

Jerónimo: silêncio sobre o défice «traz água no bico»

«Não é acabar com os ricos, não, o que queremos é acabar com as injustiças que existem». «Ando há muito tempo a fazer campanha, não há festa como esta», exclama Tolentino.

Sobre a actual governação, não poupa críticas: «o PS fez o que quis e o que lhe apeteceu, ele tem de ouvir as outras partes». « Faz ouvidos de mercador », diz ainda.

Sobre o partido de Manuela Ferreira Leite, o partidário explica que a líder «nem sabe falar», é uma terrível escolha!», diz. «Ela foi empurrada, para tomar as rédeas de uma grande confusão», acrescenta.

Os jovens do partido

Os sorrisos são muitos, as bandeiras de apoio ao partido agitam-se ainda muito antes do líder subir ao palco.

Junto da Juventude Comunista, bem em frente ao palanque, está Isabel Santa Rita. É comunista e militante do partido e mostra-se motivada e empenhada para responder ao apelo de Jerónimo de Sousa, para que cada militante seja um «candidato» activo no apelo ao voto.

«Este país não oferece apoio aos jovens, o emprego é uma lacuna gravíssima, a educação é muito primária, ainda existem graves falhas na saúde nacional e é para isso que temos de lutar e travar rapidamente esta hipocrisia», critica.

«Nós somos o único partido que está disposto à mudança e não fazemos um discurso que compadria com os outros, há muito para mudar», diz.

A jovem escusa-se a comentar os «casos» que têm vindo a exaltar em toda a campanha, «são jogadas políticas, querem o bloco central».

«O Jerónimo é grande»

Fernando Felizardo, militante desde a revolução dos cravos de 1974, defende activamente o partido. Defende a «política coerente e os interesses dos trabalhadores».

«Este partido tem lutado para que os suportes financeiros sejam de todos e não apenas de alguns», diz, referindo-se acerca da privatização das empresas que tem vindo a suceder.

«O Jerónimo é grande». Para este militante, o secretário¿geral do partido é um grande sucessor de Carlos Carvalhas, que por sua vez sucedeu a Álvaro Cunhal.

«Identifico-me com o secretário, fiquei muito surpreendido com a sua calma e as qualidades humanistas que o Jerónimo tem apresentado.

Sobre o que tem de ser alterado no país, Fernando não tem dúvidas em dizer em primeiro plano que tem de ser a Justiça. «Existe uma grande morosidade»,diz.

«Vim de camioneta»

Um pouco mais ao lado, um homem espelhava no rosto a alegria do momento e a sabedoria de uma vida. Confrontado sobre o motivo que o tinha trazido ao comício, respondeu com muita dificuldade em ouvir, que tinha sido «porque uma camioneta veio do Seixal para aqui». «É uma grande festa», termina.

Os apoiantes esperam repetir esta sexta-feira em Braga a festa que se fez no Campo Pequeno. Queimam-se os últimos cartuchos da campanha para as legislativas de Domingo. E a festa não chega, é preciso também apelar ao voto.
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