A CDU, a terceira força mais votada em Lisboa, não fecha as portas à governação do social-democrata Carlos Moedas, prometendo mesmo "apoiar todas as medidas que considere positivas".
A tomada de posição é de João Ferreira, candidato à presidência da autarquia e vereador desde 2013, num texto divulgado nas redes sociais, na última noite.
Rejeitando qualquer política de "terra queimada", que abra espaço a estratégias de vitimização, a CDU proporá e apoiará todas as medidas que considere positivas, ao mesmo tempo que rejeitará e combaterá tudo o que for negativo para Lisboa e para quem nela vive e trabalha. (5/5)
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 28, 2021
O vereador comunista começou por sublinhar as "profundas divergências" com o programa do novo presidente, considerando, porém, que é preciso "construir soluções para os problemas" da cidade.
O projecto e a visão da CDU para Lisboa comportam, obviamente, profundas e significativas divergências face ao programa de Moedas. Divergências que ficaram evidentes sempre que, no passado, PSD-CDS assumiram responsabilidades no governo da cidade. A CDU, convém lembrar, afirmou-se, nessas alturas de presidências PSD-CDS, como a mais combativa e consequente força de oposição na cidade, a força da alternativa necessária. Mesmo quando outros optaram por claudicar: lembram-se de 2001-2007 e do pesadelo Santana?", apontou.
João Ferreira lembrou, também, que a CDU conquistou mais votos nas eleições de domingo, conseguindo, concretamente, mais 1.410 votos do que em 2017 (passou de 24.110 para 25.520) e mantendo os dois vereadores, pelo que a sua "força" vai fazer sentir-se e deverá ser tida em conta por Carlos Moedas, cabeça-de-lista da coligação "Novos Tempos", que juntou PSD/CDS/MPT/PPM/Aliança.
No quadro resultante das eleições de domingo, o reforço da CDU em Lisboa é um dado que pesará no curso da vida na cidade, nos próximos anos. A força com que a CDU sai destas eleições é a força que os seus eleitos irão transportar para a intervenção na CML, AML e freguesias. Uma força que contará, sejam quais forem as circunstâncias, para construir soluções para os problemas que Lisboa enfrenta e para rejeitar e combater caminhos e opções que agravem esses problemas. Mas também para ouvir, envolver e mobilizar as populações para as lutas a travar", defendeu.
A terminar, o candidato da CDU disse, ainda, rejeitar qualquer "estratégia de vitimização" de Carlos Moedas, que, apesar de ter ganho as eleições, elegeu apenas sete vereadores, os mesmos que o PS de Fernando Medina, além dos dois da CDU e dum do Bloco de Esquerda.
Rejeitando qualquer política de 'terra queimada', que abra espaço a estratégias de vitimização, a CDU proporá e apoiará todas as medidas que considere positivas, ao mesmo tempo que rejeitará e combaterá tudo o que for negativo para Lisboa e para quem nela vive e trabalha", prometeu.
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