PCP acusa PR de se preocupar de menos com a Constituição - TVI

PCP acusa PR de se preocupar de menos com a Constituição

Cavaco mostra-se mais preocupado com a 'troika' do que a Constituição ¿ PCP

O dirigente do PCP João Frazão considerou que o Presidente da República, Cavaco Silva, se mostra mais preocupado com o cumprimento dos compromissos com a Troika do que com o cumprimento da Constituição.

«Esta entrevista [deste sábado ao jornal «Expresso»] é reveladora de uma atitude do Presidente da República que parece ser ditada menos pelo respeito e pelo cumprimento da Constituição da República Portuguesa, a que está obrigado por juramento, e mais pelos compromissos com o grande capital e com as instituições internacionais: Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu», declarou João Frazão à agência Lusa.

O dirigente do PCP argumentou que «o ato de promulgar o atual Orçamento do Estado é totalmente desrespeitador da Constituição da República Portuguesa» e que «a razão que o Presidente da República invoca para o ter feito é a necessidade de cumprir os compromissos internacionais».

João Frazão criticou também Cavaco Silva pela forma como falou do programa de privatizações em curso, invocando os compromissos internacionais de Portugal.

«Na entrevista, o senhor Presidente da República fala da obrigatoriedade de fazermos privatizações porque a Troika mandou-nos fazer privatizações, e disse que elas se justificam para que as empresas públicas pesem menos no Orçamento do Estado», referiu o dirigente comunista, perguntando: «O que é que pesava a EDP? Que peso é que tinha a ANA, que dava lucros permanentes?»

Por outro lado, João Frazão considerou que a entrevista de Cavaco Silva «revela o seu compromisso com as opções fundamentais da política de direita dos últimos 36 anos, que trouxeram o país à situação de desastre económico e social que está visível».

No seu entender, o antigo primeiro-ministro chega «a negar a própria realidade» quando fala da agricultura e das pescas.

«Revela-se como responsável, comprometido com o rumo dos últimos 36 anos, e nalguns casos até se afirma orgulhoso. Os Portugueses não têm razões para se orgulhar das suas opções», sustentou.

«Para além disso revela, e também é lamentável, uma profunda cumplicidade com as opções que dão continuidade a esses caminhos, designadamente o pacto de agressão [Programa de Assistência Económica e Financeira], que teve a cumplicidade do Presidente da República», acrescentou Frazão.
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