O ministro da Defesa Nacional afirmou, nesta sexta-feira, que as relações institucionais entre a tutela e as Forças Armadas “funcionam com toda a normalidade”, recusando alimentar a polémica sobre a chefia da Armada.
O ministro da Defesa falava aos jornalistas à margem da inauguração do Laboratório Nacional do Medicamento, em Lisboa, que sucede ao Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, passando a ser um laboratório do Estado mas continuando na dependência do Exército.
Questionado sobre o estado das relações entre a tutela e o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Mendes Calado, depois da polémica gerada pela intenção do Governo de propor a sua exoneração, entretanto afastada pelo Presidente da República, Gomes Cravinho disse que estas funcionam “com toda a normalidade”.
Não tenho nada a acrescentar sobre essa questão, é evidente que os relacionamentos institucionais que existem entre a tutela política e as Forças Armadas funcionam com toda a normalidade”, respondeu o ministro.
O governante, que ainda será ouvido no Parlamento sobre esta questão pelos deputados da Comissão de Defesa Nacional, reiterou não ter nada a acrescentar “em relação àquilo que foi dito pelo senhor Presidente da República”.
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A 28 de setembro, fontes ligadas à Defesa Nacional disseram que o Governo decidiu propor ao Presidente da República a exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Mendes Calado, que ocupa este cargo desde 2018, tendo sido reconduzido para mais dois anos de mandato com início em março deste ano.
O vice-almirante Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, era o nome que o Governo tencionava propor para substituir o atual chefe do Estado-Maior da Armada.
Na sequência destas notícias, a 29 de setembro, após uma visita à Casa do Artista, em Lisboa, o Presidente da República afastou uma saída imediata do atual chefe do Estado-Maior da Armada, referindo que está acertado que o almirante António Mendes Calado deixará o cargo antes do fim do mandato, mas que isso não acontecerá agora.
No mesmo dia à noite, o Presidente da República recebeu no Palácio de Belém, em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, a pedido deste, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, sobre a chefia do Estado-Maior da Armada.