O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerou que o racionamento de água pode levar ao desperdício. Contrariando o anúncio do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, o ministro afirmou que o racionamento está no "fim da linha" das hipóteses do Governo.
É uma decisão que temos quase a certeza que não vai haver necessidade disso. Até porque como o secretário de Estado diz, e muito bem, as medidas de racionamento conduzem, normalmente, a má gestão. (...) Portanto, as medidas de racionamento estão no fim do fim da linha e não faz muito sentido estarmos a pensar nelas agora".
João Matos Fernandes lembrou ainda que "quando se fala em racionamento, a tendência natural das pessoas é de depressa encher em casa todos os recipientes onde podem guardar água".
E depois, quando no dia seguinte abrem a torneira e descobrem que há água o que é que fazem? Esvaziam esses recipientes", alertou.
O ministro do Ambiente garantiu ainda que o Governo, em conjunto com as autarquias, está "a fazer tudo para que a água nunca falte".
O que é fundamental é as pessoas pouparem água. A tendência que está aí e que todos vemos com as alterações climáticas, não nos obriga a poupar só água hoje, obriga-nos a poupar água hoje e a de facto ter outros hábitos para no futuro consumirmos menos água".
O que as pessoas podem fazer desde já
O secretário de Estado aponta como medidas essenciais:
- tomar banhos mais rápidos, eventualmente mais espaçados no tempo;
- fazer uma utilização mais disciplinada dos sanitários
- não fazer lavagens dos dentes, das mãos ou da loiça com água a correr
- regar o jardim com água já usada e durante a noite
Veja aqui como poupar muitos litros de água por mês
De acordo com o índice meteorológico de seca do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a 15 de novembro, verificou-se um aumento da área em situação de seca extrema em todo o território de Portugal Continental.
Segundo o IPMA, a 15 de novembro cerca de 6% do território estava em seca severa e 94% em seca extrema. A situação no distrito de Viseu tem sido dramática.