À esquerda "ninguém quebrou a espinha de outro" como PSD fez ao CDS - TVI

À esquerda "ninguém quebrou a espinha de outro" como PSD fez ao CDS

João Oliveira começou o seu discurso no parlamento a afirmar que o Governo de Passos Coelho "era há muito um Governo derrotado e sem legitimidade para governar" e acabou numa acesa troca de farpas com Miguel Santos

O deputado do PCP João Oliveira começou o seu discurso no parlamento a afirmar que o Governo de Passos Coelho "era há muito um Governo derrotado e sem legitimidade para governar", que só se mantinha no poder por estar "agarrado a uma maioria parlamentar" e ter "a conivência do Presidente da República". Depois, protagonizou uma acesa troca de farpas com Miguel Santos, do PSD, assegurando que o PCP "não se vai colocar numa posição de incoerência" e que à esquerda "ninguém tentou quebrar a espinha" de outro partido, como PSD fez ao CDS.

"A derrota de PSD e CDS foi a confirmação eleitoral de que há muito este era um governo derrotado e sem legitimidade para governar contra o povo e a Constituição. Há muito que era um governo isolado e derrotado e só se mantinha no poder porque se agarrava a uma maioria parlamentar e contava com a conivência do Presidente da República."


O líder da bancada comunista sublinhou que "conivência do Presidente da República" não é, porém, "suficiente para lutar contra a vontade do povo".

"Depois das eleições de 4 de outubro PSD e CDS contam apenas com conivência do Presidente da República, mas isso não é suficiente para lutar contra a vontade do povo."


Falou num "Governo derrotado" e elencou sete ideias falsas do discurso da direita: 1. a de que o Governo resolveu os problemas estruturais do pais; 2. a de que agora é que vinha aí o tempo bom; 3. a de agora o Governo está sensível à miséria e disposto a mudar de atitude; 4.a de que ganharam as eleições porque se tratava de eleger um primeiro-ministro; 5. a de que só um governo PSD e CDS é legitimo; 6. a de que para que haja alternativa alguém tem de prescindir do seu programa e a sua coerência politica; 7. a de que só há uma escolha, um governo PàF ou o caos.

Depois, um momento acalorado com Miguel Santos, do PSD. O social-democrata recordou os projetos de resolução apresentados pelo PCP na anterior legislatura, citando-os, e lembrando que na altura tiveram os votos contra também do PS. Em causa, os documentos sobre o Tratado Orçamental e sobre o salário mínimo, entre outros.

 "Afinal quem é que dá o jeitinho? Há jeitinho ou não há jeitinho? PCP mantém discurso dogmático, ortodoxo, inalterável e inamovível. Aquilo que os senhores não querem falar: euro, Tratado Orçamental.. vão meter isto na gaveta?"


João Oliveira garantiu que o PCP "não se vai colocar nunca numa posição de incoerência" e que a direita é que está a encetar uma "tentativa desesperada" de se agarrar ao poder. À esquerda, ninguém tentou "quebrar a espinha" de outro partido como PSD fez ao CDS, garantiu.

"Vocês habituaram-se a partir a espinha de outros partidos. Como fizeram ao CDS. À esquerda houve uma discussão séria. Ninguém tentou quebrar a espinha do outro por causa disso. Discutiram-se naquelas reuniões (entre PS e PCP para um acordo à esquerda) de forma muito aprofundada questões e problemas imediatos dos trabalhadores e do povo, que no final deste debate vão ter oportunidade de conhecer”. 




 
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