BE tem «fortes razões» para admitir que BPN financiou PSD - TVI

BE tem «fortes razões» para admitir que BPN financiou PSD

João Semedo

Coordenador do Bloco de Esquerda diz que «milhões» serviram para financiamento partidário e campanhas eleitorais

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O coordenador do BE João Semedo afirmou, nesta sexta-feira, ter «fortes razões» para «admitir» que «muitos milhões que circularam entre o BPN e a sua clientela favorita» serviram para financiamento partidário e de campanhas eleitorais, concretamente do PSD.

«Tenho fortes razões para admitir que alguns daqueles muitos e muitos milhões que circularam entre o BPN e a sua clientela favorita, alguns desses milhões alimentaram candidatos e alimentaram partidos», disse João Semedo, numa conferência no Instituto de Ciências Sociais, em Lisboa.

À saída, o coordenador bloquista esclareceu os jornalistas de que estava a referir-se concretamente ao PSD.

«O partido que estava mais próximo dessa realidade, por via dos seus antigos ministros, era o PSD, era a isso que eu me estava a referir», assumiu.

Na sua intervenção numa mesa redonda sobre regulação e supervisão do financiamento dos partidos e campanhas eleitorais, João Semedo considerou «extraordinário que duas comissões de inquérito, particularmente a primeira, nunca tenham levantado por esse fio do novelo», o financiamento partidário.

O deputado, que integrou ambas as comissões de inquérito e disse estar igualmente a fazer uma autocrítica, afirmou aos jornalistas que «ao longo de muitas audições e muitos documentos, havia fortes indícios que uma parte pequena, muito pequena, de todo aquele dinheiro que por ali circulou, foi para financiamento partidário».

«A comissão tinha outro mandato, que estava aprovado na Assembleia da República, e portanto não se preocupou com o financiamento ilícito de partidos e quando falo estou a pensar claramente no PSD, não estou a pensar em mais nenhum partido, como é óbvio», declarou.

Da sua experiência nas comissões parlamentares de inquérito sobre o BPN, João Semedo reteve também que «é que é muito difícil investigar, averiguar, conhecer, os circuitos do dinheiro».

«Isto levanta a questão de se nós dispomos ou não dos meios de investigação suficientes para poder ir atrás daquilo que se pode chamar a circulação ilícita do dinheiro e do financiamento partidário. Acho que isso não tem nada a ver com a legislação nem nada a ver com o modelo, é evidente em Portugal», observou.
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