“Não se podia fazer mais” no combate aos incêndios, diz Governo - TVI

“Não se podia fazer mais” no combate aos incêndios, diz Governo

Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes

Secretário de Estado da Administração Interna refere que não está prevista a requisição de mais meios aéreos

O secretário de Estado da Administração Interna disse esta terça-feira que, dada a dimensão dos incêndios registados neste mês, "não se podia fazer mais" no combate às chamas e indicou não estar prevista a requisição de mais meios aéreos.

"A simultaneidade das ignições e da criação de incêndios foi tanta e tão concentrada em tantos distritos que não se podia fazer mesmo mais", afirmou Jorge Gomes.

De acordo com o governante - que falava à margem de uma visita ao comando do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa -, o que aconteceu nestas últimas semanas deveu-se ao "comportamento dos cidadãos".

"Isto não acontece por acaso", reforçou o responsável, referindo que quando "33% das ignições são à noite, alguma coisa está aqui de errado".

Neste mês de agosto, registaram-se incêndios de grandes dimensões principalmente no norte e centro do país, como nos distritos de Aveiro e Viseu, e na Madeira, e, além da área florestal ardida, o fogo destruiu casas e provocou a morte de três pessoas.

Falando esta segunda-feira aos jornalistas, o secretário de Estado da Administração Interna recusou que tais consequências se relacionem com a falta de meios aéreos.

"Podemos pensar que se tivéssemos mais aviões [isso teria sido evitado]? Não, os aviões também não têm espaço aéreo para poder operar só em cima de um distrito. Não dá", vincou, salientando que esta foi a "resposta possível".

"Recordo sempre que nós tivemos 455 incêndios num dia e chegámos à noite com 10 incêndios, o que quer dizer que o dispositivo respondeu e com muita eficácia", exemplificou Jorge Gomes.

Já questionado sobre a eventual requisição de mais meios aéreos, o governante referiu não estar "nada previsto".

"Já partiram os meios aéreos de Marrocos e da Europa - de Itália, concretamente. Neste momento, estamos com os nossos meios aéreos. Mantemos o apoio russo, porque são aviões de grande porte e que vêm de bastante longe, […] mas depois iremos libertá-los porque nós temos recursos suficientes para a época normal", adiantou Jorge Gomes.

Apesar de considerar que o pior já passou, o responsável lembrou que "o verão ainda não acabou".

"Vamos ter muita calma, vamos continuar a trabalhar. Nós, cidadãos, vamos continuar a portar-nos bem e nós, proteção civil, estamos cá para responder e dar segurança aos cidadãos, que podem contar com o dispositivo", sustentou.

A visita de Jorge Gomes às instalações do RSB insere-se numa série de outras que o governante tem realizado a corporações de bombeiros.

Na ocasião, este representante aproveitou para exaltar o "trabalho de alta qualidade" daquele que é o maior regimento do país.

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