O deputado socialista José Lello apelou à direção do PS para «rever» as suas relações com o PSD, recusando o desafio de atribuir valor paraconstitucional aos limites do défice e dívida na lei de enquadramento orçamental.
A declaração de José Lello foi feita à agência Lusa na sequência das posições políticas assumidas ao longo dos três dias de congresso do PSD, que terminou no domingo em Lisboa.
Segundo o ex-secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, o congresso do PSD «foi dirigido obsessivamente no ataque ao PS, para o apoucar, em críticas deselegantes, muitas delas a roçar a boçalidade».
«Os dirigentes do PSD minimizaram a postura construtiva do PS na defesa da imagem de unidade do Estado perante a crise. O congresso do PSD enveredou por um bota-abaixismo insensato em relação ao PS, na linha da campanha em curso contra o partido e José Sócrates», aponta Lello, numa alusão ao processo movido pela Associação Sindical de Juízes Portugueses contra 14 ex-ministros do anterior Governo.
Para José Lello, está em curso «uma operação que envolve muita gente de diversos planos políticos e institucionais», o que «é intolerável e o PS não poderá acomodar-se e aceitar todo o tipo de tramóias orquestradas contra um partido como o PS que joga sempre num plano político justo, rigoroso, digno e com tolerância democrática».
«O PS tem de rever o seu relacionamento com a direção do PSD que tem revelado uma postura dúbia em relação a este partido», sustenta o deputado socialista.
Em relação ao repto do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, para que o PS aceite colocar limites ao défice e à dívida com um valor paraconstitucional de dois terços na lei de enquadramento orçamental, Lello sugere à direção de António José Seguro que recuse essa proposta.
«Melhor seria que se preocupassem [no PSD] em ter uma palavra de ouro e não uma recorrente política de duas caras», acrescentou.
Lello apela a Seguro para rever relações com PSD
- tvi24
- SM
- 26 mar 2012, 18:25
Deputado diz que congresso do PSD enveredou por um bota-abaixismo insensato em relação ao PS, com «críticas a roçar a boçalidade»
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