«Eu vinha para o animar, no fundo foi ele que me animou a mim», disse.
O ex-autarca revelou que acredita «profundamente» na inocência de José Sócrates, que está preso em Évora desde 25 de novembro. Fernando Gomes acrescentou estar «seguro» de que o ex-Primeiro-ministro vai «provar» que a detenção não tem sentido.
«Estou convencidíssimo que vai conseguir provar a sua razão e quero crer que depois deste tempo que ele vai passar aqui, em prisão preventiva, nada mais vai ser igual neste domínio em Portugal», vaticinou.
O antigo autarca, que liderou o município portuense entre 1989 e 1999, disse ter encontrado José Sócrates «muito determinado».
«Determinado em provar a sua inocência, mas não só. Determinado em levar por diante uma luta que transcende o seu próprio caso para que a arbitrariedade que ele diz existir no seu caso [na forma como foi detido] não se repita mais em Portugal», referiu. E acrescentou: «Vejo-o determinado a lutar para além da sua própria prisão preventiva».
Defendendo que a situação do antigo líder socialista não afeta o PS, Fernando Gomes realçou que «houve o cuidado de separar as águas a seu tempo».
«Ele próprio, no primeiro comunicado que fez - e muito bem, o que só demonstra a sua qualidade intelectual e como militante do PS -, fez questão de separar as águas. Não, acho que isso [a detenção] tenha qualquer influência [na vida do partido]», referiu.
A terminar, o antigo autarca disse ter a esperança de «não voltar» à prisão de Évora: «Espero que não passe cá tempo suficiente» para um regresso. Ao despedir-se, avisou: «Não é possível silenciar o engenheiro José Sócrates».
José Sócrates recebeu também, esta quinta-feira à tarde, a visita do antigo primeiro-ministro e atual Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres.