Inês Pedrosa acusa PSD de «desvalorizar a cultura» - TVI

Inês Pedrosa acusa PSD de «desvalorizar a cultura»

Escritora e Mega Ferreira foram oradores do pequeno-almoço com individualidades da cultura com Sócrates

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A proposta de extinção do Ministério da Cultura no programa eleitoral do PSD juntou esta manhã várias pessoas do mundo da cultura num pequeno-almoço de apoio à recandidatura de José Sócrates a primeiro-ministro.

António Mega Ferreira, presidente do Conselho de administração do Centro Cultural de Belém, começou por ironizar que nunca participou numa acção de campanha tão cedo, «mas, pensando bem, isto não é uma acção de campanha, é um encontro de amigos que se juntam para prestar solidariedade ao secretário-geral do PS».

Dizendo que leu o o memorando da troika - nas suas «várias versões» - Mega Ferreira disse que o que está em causa nestas eleições são «duas visões do mundo». E esclarece na base dessas duas visões está o modelo social europeu e a solidariedade social.

«A mim não me custa rigorosamente nada pagar os impostos, bastantes, porque isso significa que ganho bem», disse Mega Ferreira, concluindo que por ganhar bem tem obrigação de pagar mais pelo bem de outros que ganham menos.

Mega Ferreira considerou que as propostas do PSD são uma «arremetida, um assalto final ao modelo que temos construído» e insurgiu-se contra o que disse Pedro Passos Coelho numa entrevista recente sobre o programa da troika, que, na sua opinião, necessitava de ir ainda mais longe.

A escritora Inês Pedrosa, também oradora neste evento, insurgiu-se contra a extinção do ministério da Cultura, segundo uma proposta do programa eleitoral do PSD. «Há partidos que pretendem desvalorizar a cultura», indignou-se a escritora, que chegou a ser mandatária de Manuel Alegre nas presidenciais de 2006 quando este não foi apoiando pelo PS.

Inês Pedrosa considerou que a extinção do Ministério da Cultura «só pode ser prioridade de quem não tem qualquer experiência». «Desfazer o ministério da cultura significa desfazer um legado de anos. A escritora lembrou que «cultura é, antes de mais, liberdade» e que é isso que está também em causa nestas eleições.

Citando o escritor Virgílio Ferreira, considerou que «pensar é o acto mais difícil que há», um acto necessário e urgente para que se consiga entender as consequências de uma eventual vitória do PSD nas Legislativas de 2011.

A extinção do ministério da Cultura também teve uma breve referência no discurso de José Sócrates perante os convidados. Referindo-se a «eles» em vez de nomear o PSD ou Pedro Passos Coelho, o candidato socialista considerou que está em causa um retrocesso caso se acabe com o organismo. «Quando eles dizem que querem acabar com o Ministério da Cultura, querem é andar para trás em todas as funções do Estado. Isso será um retrocesso na sociedade».

Entre os presentes, algumas dezenas de pessoas: Francisco Mota Veiga, João Paulo Cotrim, Troufa Real, Sarmento Matos, Raimundo Narciso, José Jorge Letria, Tito Paris, Maria João Seixas, Inês de Medeiros, Lenita Gentil, Rui Vieira Nery, Manuel Salgado, Carlos Fragateiro, Joaquim Sapinho, Catarina Vaz Pinto, Michel, entre outros
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