Sócrates condena "comportamento desprezível" de ex-ministro Campos e Cunha - TVI

Sócrates condena "comportamento desprezível" de ex-ministro Campos e Cunha

José Sócrates

Antigo primeiro-ministro desmente ter pressionado titular das Finanças para afastar administração da CGD. A qual, segundo diz, Campos e Cunha "considerava que não estava à altura da missão do banco"

As acusações feitas quinta-feira pelo antigo ministro Luís Campos e Cunha, no Parlamento, levaram José Sócrates a negar que alguma vez tenha feito pressões para que a administração da Caixa Geral de Depósitos fosse afastada. Quando, em 2005, era presidida por Vítor Martins, ex-secretário de Estado de Cavaco Silva, numa equipa onde também estava o atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

Há anos que o dr. Campos e Cunha aproveita os quatro meses da sua passagem pelo Governo para atacar os seus antigos colegas. Considero tal comportamento desprezível e sempre o ignorei por não querer quebrar a regra que sigo de não comentar a vida interna do Governo a que presidi", acusou José Sócrates numa nota enviada à comunicação social.

Hoje sinto que tenho o dever de o desmentir: as suas declarações a propósito da Caixa Geral de Depósitos são falsas e sem nenhuma correspondência com a verdade", assinalou o antigo chefe de Governo.

No comunicado, Sócrates acusa ainda Campos e Cunha de lhe ter comunicado não gostar da administração que estava então à frente do banco público.

Esclareço que nunca fiz qualquer pressão para demitir a administração daquele banco. Esclareço ainda que a vontade de substituir a referida administração sempre me foi manifestada pelo então ministro das Finanças que, ao contrário do que agora é afirmado, na altura considerava que não estava à altura da missão do banco", acrescentou.

Quanto às razões da sua exoneração do cargo de Ministro das Finanças, eu e todo o Governo da altura as conhecemos", conclui José Sócrates.

Campos e Cunha com versão contrária

O antigo ministro das Finanças Luís Campos e Cunha revelou na quinta-feira no Parlamento que, desde que assumiu funções no Governo, o então primeiro-ministro o pressionou para demitir a administração do banco público.

A relação com a CGD não teve um período de maturidade suficiente, porque estive apenas quatro meses no Governo. Desde o início, como ministro das Finanças, fui pressionado pelo primeiro-ministro [José Sócrates] para demitir o presidente da CGD e a administração da CGD", afirmou Campos e Cunha, que não acatou essas orientações.

 

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