Sócrates puxa Paulo Portas para o seu comício - TVI

Sócrates puxa Paulo Portas para o seu comício

28/05/2011 José Sócrates em Braga (MÁRIO CRUZ/LUSA)

Candidato socialista achou curioso que líder do CDS tenha dito que o seu programa é mais à esquerda do que o do PSD

Em oito dias de campanha eleitoral, José Sócrates falou pela primeira vez no CDS num comício. O secretário-geral do PS disse esta noite no Palácio Cristal, no Porto, que achou «curioso» Paulo Portas ter colocado o seu partido à esquerda do PSD, alegando que isso é mais uma prova do programa social-democrata, «o mais radical de que há memória».

«Isto é tão curioso que hoje tivemos de ouvir pela boca do líder do CDS que o CDS de hoje se considera mais à esquerda do que o PSD», considerou o candidato socialista, concluindo que esta campanha eleitoral está cheia de surpresas.

«É um programa radical e de aventureirismo ideológico, que eles aprenderam nos manuais há 25 anos, não bebe na experiência e quer pôr em causa o modelo social europeu», sublinhou o secretário-geral do PS.



Num ataque ao PSD, Sócrates voltou a reafirmar neste comício, o mais concorrido da campanha, que o líder social-democrata «parece que nem querem ganhar as eleições, querem apenas vingar-se de não terem ganho as anteriores eleições».

Neste comício onde Mário Soares defendeu que «Não é o momento de deixar cair Sócrates»>, o candidato socialista começou por dizer que a palavra que mais tem ouvido é «força», apesar desta ser a «campanha do insulto, do ódio e do ataque pessoal». O líder socialista conclui que «quem insulta os seus adversários está a insultar a democracia e a insultar o povo». Ainda sobre o PSD, Sócrates voltou a sublinhar que o PSD provocou estas eleições para «se vingar», pois não ganhou as últimas eleições, em 2009.

Voltando a explorar as alterações no seu discurso no caso do aborto e dez ministros, José Sócrates voltou a dizer que Pedro Passos Coelho «muda de convicções não merece que seja considerado como um líder à altura para governar o país».

Assis apela ao voto do centro, centro-esquerda e esquerda no PS

«É preciso falar ao centro, ao centro-esquerda, à esquerda», sublinhou neste comício o cabeça-de-lista do PS no Porto, Francisco Assis.

Francisco Assis considerou que «o estado social é hoje na Europa a grande questão e a grande luta, entre a decência e a indecência», algo que considera estar em risco caso o PSD vença as eleições.

o candidato admitiu que o governo socialista teve muitas dificuldades em manter-se em funções: «Nós vivemos todos os dias desta legislatura pensando que pudesse ser o último». No entanto, está convicto que desta vez se irá repetir a vitória, pois «o PS que ganha anunciadas derrotas...» .

Amado admite que o governo PS errou

«Nestas eleições não está apenas em avaliação o Governo. O PS cometeu erros e nós cometemos erros de governação» admitiu o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros.

No entanto, deixou claro que «o que está em causa também nestas eleições são os erros da oposição» por «não saber responsavelmente reagir como uma oposição responsável aos problemas seríssimos com que o país se confrontava».

Amado considera que «nenhum líder partidário teve ainda nesta campanha a grandeza para superar as divergências pessoais». E sublinha que isto acontece numa altura em que esta crise que atravessamos «põe em causa o destino do império europeu, que põe em causa o euro».

Num rasgado elogio a José Sócrates, Luís Amado, que ficou de foras das listas socialistas para a Assembleia da República, falou assim sobre o candidato PS: «Só um talento de liderança lhe permitiu fazer este milagre». E este «milagre»é, segundo considerou, a multidão de vários milhares de pessoas que ali se encontrava e que representa a capacidade de união do partido por parte de Sócrates.
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