Sócrates recebe «chuva de ovos» antes de banho de gente à chuva - TVI

Sócrates recebe «chuva de ovos» antes de banho de gente à chuva

Sócrates recebe banho de multidão em comício à chuva com apoiantes encharcados

Depois de uma «chuva de ovos» ao carro de José Sócrates por alguns miúdos na Trofa, uma chuva a sério em Braga.

Apoiantes socialistas estiveram esta tarde debaixo de chuva intensa à espera do líder do PS, para um comício na Praça da República, em Braga. Apesar da forte precipitação, não desmobilizaram, ficando com a roupa encharcada até o candidato socialista chegar ao local.

Havia gente com cadeiras a servir de guarda-chuva e pessoas enroladas em bandeiras ou abrigadas junto a árvores. Mas a maioria, dezenas de populares e membros da Juventude Socialista, não se abrigaram sequer da chuva. Enquanto o secretário-geral não chegava, dançavam e cantavam «vitórias ao PS». Este foi um momento indescritível, com muitas pessoas a mostrarem ali que, faça chuva ou faça sol, estão com José Sócrates.

O secretário-geral do PS foi único a discursar neste comício à chuva. Impressionado com a pequena multidão de resistentes, José Sócrates voltou a comentar a proposta de redução para dez ministros que Pedro Passos Coelho, que esta tarde explicou que apenas a aplicará caso venha a ter maioria absoluta. Aproveitando a contradição, Sócrates ironizou: «Dr.Passos, pare, escute e olhe antes de falar». Face a este recuo na proposta de número de ministros, Sócrates disse neste comício à chuva que se a campanha durasse muito mais Passos Coelho ia acabar por ter um Governo com 20 ministros.

O tema tem marcado os discursos deste dia de campanha. Na sua origem esteve uma notícia do jornal «Expresso», que dava conta de algum desconforto por parte de Cavaco Silva a esta nova organização proposta pelo PSD. E ainda mais quando Portugal está prestes a ter de começar a executar o pacote de medidas da troika, já em Junho.

Entretanto, as preocupações de Belém sobre esta proposta de um governo com apenas dez ministros e publicadas no semanário, já foram desmentidas pelo próprio Presidente da República. Cavaco Silva publicou um comunicado no site da Presidência, a reafirmar a sua «rigorosa imparcialidade» sobre a campanha eleitoral que decorre.

«O Presidente da República desmente categoricamente qualquer tomada de posição, que lhe seja atribuída, relativamente à dimensão ou estrutura de um futuro Governo e reafirma a sua rigorosa imparcialidade no que respeita à campanha eleitoral em curso».

Neste comício em Braga, encontravam-se várias figuras do partido, como José Lello, a ainda ministra da Cultura Gabriela Canavilhas, mas a «estrela da noite» era Luís Amado. O responsável pela pasta ministerial dos Negócios Estrangeiros, que ficou de fora das listas para deputados à Assembleia da República, assumiu recentemente a defesa de uma coligação para fazer face à crise, posição que não caiu bem no Governo. Se não fosse a chuva, Luís Amado deveria ser um dos oradores. Mas isso não aconteceu.

No rescaldo do dia oitavo dia de campanha, José Sócrates teve este sábado mais uma manifestação no seu caminho. Na Trofa, uma manifestação "amigável" de defensores da extensão do metro até à cidade, encabeçada pela presidente da autarquia, por sinal uma socialista. O objectivo? Lembrar-lhe desta necessidade para que José Sócrates não se esqueça.

Última actualização às 20h19

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