Sócrates: "Tenho por Mário Soares até um amor fraternal" - TVI

Sócrates: "Tenho por Mário Soares até um amor fraternal"

Ex-primeiro-ministro foi aos Jerónimos prestar homenagem ao homem e ao político. Preferiu destacar a sua carreira e importância históricas, mas acabou por falar do lado mais pessoal, nomeadamente da altura em que esteve preso e Soares foi um "grande amigo"

José Sócrates foi aos Jerónimos prestar uma homenagem ao político, mas também ao homem que foi seu "grande amigo", Mário Soares. Confessou até, aos jornalistas, que para além de carinho sentia um "amor fraternal" pelo antigo Presidente da República que nos últimos tempos deu ainda mais provas da sua amizade, quando foi visitá-lo à prisão de Évora.

Grande companheiro político e grande amigo. Imaginam o que significou para mim a amizade sempre presente de Mário Soares. Tenho por ele um carinho e até um amor fraternal que ficará para sempre no meu coração".

Foram os jornalistas que questionaram José Sócrates sobre esse período em que Mário Soares o visitou no Estabelecimento Prisional de Évora. Referiu-se dessa forma ao assunto, mas quis sublinhar que "o que interessa" é falar da obra política, da "extraordinária carreira política, da coragem, da firmeza, da convicção" de Mário Soares, no momento da sua partida.

Sócrates encara o desaparecimento de Mário Soares como "perda" para todos os portugueses - "um desaparecimento de parte de nós" - e, particularmente, para os socialistas e para o PS. "A sua biografia política vive para a história, foi talvez o político carismático do século XX". Mas também encarnou, na opinião do antigo primeiro-ministro, o "carisma da reconciliação". 

Mário Soares teve uma vida cheia, plena, realizada. Ao olharmos para trás o que podemos é celebrar e honrar aquele que foi um homem extraordinário". 

Já a ausência do atual primeiro-ministro, António Costa, das cerimónias fúnebres, não mereceu comentários do ex-primeiro-ministro socialista.

Poucos minutos antes, o ex-ministro do Governo de José Sócrates, Pedro Silva Pereira, disse aos jornalistas que "o país hoje exprime sobretudo uma imensa gratidão ao doutor Mário Soares, pelo seu combate, pelos seus sacrifícios, pelas suas lutas, pelos seus trabalhos, pelos seus cuidados", considerando que "é um património que nós devemos preservar".

A democracia faz-se dos seus protagonistas, dos seus episódios, dos seus combates e o doutor Mário Soares é, nesse trajeto, certamente a figura maior. Deixou na democracia portuguesa uma marca que não se apagará. Assim nós saibamos cuidar dela".

Sampaio da Nóvoa, candidato a Belém nas últimas eleições presidenciais, lembrou também a "energia impressionante" de Mário Soares e a "alegria de se bater pelas causas em que acreditava".

"É a liberdade que eu recordo em Mário Soares". A sensação é de que" o país já não é o mesmo" e que os portugueses têm de se habituar a viver num país sem Mário Soares.

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