Ministra teme «limitação da separação de poderes» num Governo PS - TVI

Ministra teme «limitação da separação de poderes» num Governo PS

Paula Teixeira da Cruz não gostou das declarações de Mário Soares. Jorge Lacão preferia que a governante não tivesse «confundido» opiniões pessoais com a posição do PS

Relacionados
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, receia «uma limitação da separação de poderes» caso o PS vença as eleições, tendo em conta as declarações de vários responsáveis socialistas sobre casos concretos.
 

«Com várias declarações que todos temos ouvido de vários responsáveis do Partido Socialista sobre concretos casos, eu penso que é de facto de recear uma limitação da separação de poderes».


As declarações de Paula Teixeira da Cruz surgem após ter sido confrontada com a entrevista que deu à edição de fim de semana do «jornal i», em que afirma temer pela separação de poderes se o PS ganhar as eleições, mas não se pronunciou sobre o caso José Sócrates.
 

«Nós assistimos a declarações do fundador do Partido Socialista condicionando claramente o magistrado, assistimos a declarações de intenção do PS a falar em polícia única, assistimos a declarações do PS a referir que é desejável a junção entre a justiça e a segurança, isto é, juntando o MAI».


Entretanto, o deputado do PS Jorge Lacão lamentou as afirmações da ministra, considerando que as opiniões do antigo presidente da República e socialista Mário Soares são distintas do Partido Socialista. Jorge Lacão disse aos jornalistas que Mário Soares não é dirigente do PS, por isso as afirmações que faz são da sua responsabilidade.

«Ai de nós que queiramos um dia limitar a liberdade de opinião de quem quer que seja. Mário Soares pode exprimir opiniões que no critério de qualquer um possam ser as mais acertadas ou as menos acertadas, mas as opiniões de Mário Soares são de Mário Soares e as do PS são as do PS».


O deputado afirmou que «as exposições do PS em relação ao funcionamento do sistema da justiça são as assumidas pelos dirigentes» socialistas, realçando que «a ministra da justiça tinha o dever elementar de não fazer a confusão que fez». «Devemos ter respeito pela liberdade de opinião em geral e sobretudo não confundir o que não pode ser confundido», disse ainda.
Continue a ler esta notícia

Relacionados