Portas cita Mário Soares para esclarecer quem chamou a troika - TVI

Portas cita Mário Soares para esclarecer quem chamou a troika

Presidente do CDS considera que "a negação" dos socialistas sobre esta matéria é um "sinal de risco"

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, citou esta quarta-feira o antigo Presidente da República Mário Soares para responder à "polémica sobre quem chamou a ‘troika'" e defendeu que "a negação" dos socialistas é um "sinal de risco".

"Estar em negação absoluta, estar a convencer o país de que não foram eles a chamar a ‘troika', nem a criar as condições para a ‘troika' chegar, que não foram eles a levar a dívida até 110% ou a deixar o défice em 11%, tomem cuidado. Este estado de negação, não perceber o que aconteceu em 2011, é um sinal de risco, de que, se pudessem, podiam repetir o mesmo erro em 2015", afirmou Paulo Portas.


O líder centrista começou por citar Mário Soares: "Abre aspas' tive uma discussão gravíssima com ele [José Sócrates], queria que ele pedisse o apoio e ele não pedia, passei duas ou três horas com ele, discutimos brutalmente mas amigavelmente, depois o ministro das Finanças [Teixeira dos Santos] também interveio e ele [Sócrates] acabou por ceder perante a evidência da necessidade do apoio", citou.

"A frase é de Mário Soares e foi dita no dia 17 de fevereiro de 2012, suponho que encerra essa matéria", sublinhou o também vice-primeiro-ministro, na abertura de uma conferência sobre economia social para apoiantes da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) que decorre em Cascais.

Para o presidente do CDS, esta discussão é "um bocadinho surrealista" porque os factos são "evidentes", mas considerou que o "mais grave" é os socialistas não reconhecerem os erros e não darem garantias de prudência em matéria de défice e de dívida.

As declarações de Paulo Portas chegam no mesmo dia que o jornal Público revelou um carta de Passos Coelho dirigida a José Sócrates quando este ainda era primeiro-ministro, onde demonstrava apoio do PSD caso o Governo optasse pela vinda da troika.

O líder da coligação PSD/CDS, então líder da oposição, mostra-se preocupado com o sistema financeiro, que “não se encontra, por si só, em condições de garantir o apoio necessário para que o Estado português assegure as suas responsabilidades externas em matéria de pagamentos durante os meses mais imeditados”. 

Antes, na sua intervenção sobre política social, Portas já se tinha referido ao facto de no memorando de entendimento constar "a ideia bizarra de que as Instituições Sociais tinham de pagar IRC".

"Pequeno detalhe, não são instituições com fins lucrativos, são instituições solidárias à procura do bem comum. Foi com a pouca margem de manobra que tínhamos, este Governo, que evitou que esta norma fosse avante, como foi este Governo que, apesar das dificuldades se comprometeu com restituição de 50% do IVA das obras e investimentos nas IPSS", afirmou.

Paulo Portas afirmou-se orgulhoso de o executivo, em que o ministro da Solidariedade é o centrista Luís Pedro Mota Soares, ter levado "mais longe do que nunca a política de contratualização" com IPSS e Misericórdias e garantiu que PSD e CDS querem aprofundar estes contratos, nomeadamente no domínio da saúde e educação.

O líder centrista disse estar "preocupado" com o "preconceito" de outros partidos sobre as instituições sociais, considerando que esta não é uma questão ideológica e "é uma irresponsabilidade" rever a política de contratualização.


 
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