Catarina Martins: Costa esqueceu-se da "esmagadora maioria dos trabalhadores deste país" - TVI

Catarina Martins: Costa esqueceu-se da "esmagadora maioria dos trabalhadores deste país"

  • AG
  • 21 set 2019, 23:20

Em declarações que aludiam aos cortes revertidos em relação aos tempos da troika, a coordenadora do Bloco de Esquerda revelou a sua estranheza em relação a algumas linhas do programa eleitoral do PS

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse, este sábado, que António Costa se esqueceu da "esmagadora maior dos trabalhadores deste país" quando afirmou que já tinha revertido quase todos os cortes do tempo da 'troika'.

É mesmo muito estranho que um dia tenhamos até ouvido Antonio Costa dizer que já tinha revertido quase todos os cortes, esquecendo-se dos cortes que afetam a esmagadora maioria dos trabalhadores deste país", afirmou.

Catarina Martins, que falava em Penafiel num jantar com ativistas laborais, entre os quais trabalhadores das pedreiras da região, dos 'call center' e dos CTT, entre outros, explicou que é por essa razão que o BE olha para o trabalho feito "sem nenhum triunfalismo", defendendo que "há tanto para fazer".

É também por isso que é tão estranho que no programa do Partido Socialista não haja uma linha sobre horas extraordinárias, sobre trabalhadores por turnos, sobre dias de férias, sobre o abuso do trabalho temporário, ou sobre o falso outsourcing", frisou.

A coordenadora do Bloco de Esquerda lembra que no tempo da 'troika' e do PSD e CDS, "destruiu-se mais de meio milhão de postos de trabalho", houve um corte entre 8% a 15% nos salários dos funcionários públicos, cortes que ainda não foram revertidos.

As horas extraordinárias neste país continuam a ser pagas ao preço de uma hora normal e isto é salário que foi retirado. Os três dias de férias que foram tirados no tempo da 'troika' ainda não foram repostos (...). As compensações no final dos contratos de trabalho, não foram repostas. É ainda a vergonha dos 12 dias por cada ano de trabalho que faz com que a precariedade compense e muito aos patrões que abusam porque nem sequer pagam quase nada no final de cada contrato", disse.

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou, também este sábado, que “a disputa” nas eleições legislativas de 6 de outubro é, “naturalmente, feita entre o PS e a esquerda”, pois “o programa da direita não serve” e o país já o deitou fora.

Agora, o que conta é saber o que queremos construir. E essa disputa é, naturalmente, feita entre o Partido Socialista e a esquerda - sobre o projeto para o país”, disse Catarina Martins no Porto, distrito pelo qual encabeça a lista às legislativas, num comício na Praça dos Poveiros.

 

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