O que a imprensa internacional diz das eleições em Portugal - TVI

O que a imprensa internacional diz das eleições em Portugal

"Aluno bom da troika", vitória da coligação "apesar da austeridade", PS "na sombra de Sócrates" são alguns dos títulos em destaque nos jornais

As sondagens que dão a vitória à coligação "Portugal à Frente" nas eleições de domingo estão a surpreender a imprensa internacional, que não compreende como pode um Governo ser reeleito após quatro anos de austeridade.

“Os portugueses examinam nas urnas o aluno aplicado da troika”, titula o El País, que diz que Passos Coelho aspira a ser o primeiro governante da União Europeia a conseguir ser reeleito após quatro anos de cortes e privatizações.

“Ainda que pareça incrível, as sondagens dão-no como vencedor”, escreve ainda o diário espanhol.

Já para o El Mundo "as eleições deste domingo em Portugal [estão] nas mãos dos indecisos”, destacando que quase 30% do eleitorado está indeciso e antecipando ainda um empate técnico entre coligação e socialistas.
 
Ainda de Espanha, o ABC afirma que “os socialistas portugueses [estão] marcados pela sombra de Sócrates”. Este diário diz que o partido de António Costa não pára de descer nas intenções de voto e que a vantagem do líder do PS há uns meses não resistiu ao “caso Sócrates” e aos indícios de corrupção que ensombram o ex-primeiro-ministro de um Governo socialista.

Em França, o Le Monde titula que, “fatalistas, os portugueses preparam-se para reconduzir o seu muito liberal primeiro-ministro”.

“Querem os portugueses reeleger o seu primeiro-ministro de direita apesar de quatro anos de austeridade?, questiona o jornal francês. A resposta é “muito provavelmente”, a avaliar pelas sondagens.

O Le Monde destaca, igualmente, o que considera ser uma estratégia errada por parte de António Costa em ir buscar "votos à esquerda quando os descontentes estavam ao centro".
 
No Reino Unido, o The Guardian diz que “Portugal prepara-se para eleger coligação pró-austeridade”. O diário inglês escreve que Portugal pode "fazer história" ao tornar-se no "primeiro país da Europa resgatado financeiramente a reeleger um Governo que impôs duras e impopulares medidas de austeridade".
 
A BBC escreve que a "coligação espera sobreviver à raiva da austeridade” e que alguns analistas questionam-se como é possível que um Governo que implementou medidas tão punitivas para o eleitorado possa estar na iminência de ser reeleito, com a cadeia britânica a mencionar cortes, aumentos de impostos, emigração e desemprego.
 
Nos Estados Unidos, a norte-americana CNBC titula simplesmente “este país prepara-se para apoiar a austeridade”.

A CNBC diz que Portugal prepara-se para "apoiar mais cortes e aumentos de impostos" a confirmar-se a vitória da coligação nas eleições de domingo, destacando ainda o facto "histórico" de um primeiro-ministro de medidas impopulares poder ser reeleito.
 
Igualmente o Wall Street Journal refere a vantagem de Passos Coelho "apesar da austeridade”, lembrando que até há poucas semanas os eleitores estavam dispostos a castigar o primeiro-ministro pela austeridade que conduziu o país a uma "recessão profunda como forma de o salvar da insolvência".
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