A poucos dias das eleições, Costa sente “borboletas na barriga” e fala da relação da “geringonça” - TVI

A poucos dias das eleições, Costa sente “borboletas na barriga” e fala da relação da “geringonça”

  • Sofia Santana
  • 3 out 2019, 02:56

O secretário-geral socialista esteve esta quarta-feira em três distritos: percorreu a Baixa de Coimbra, durante a tarde, visitou as obras da ala pediátrica do São João, no Porto, ao final do dia, e rumou ao interior pela primeira vez desde que começou o período oficial da campanha para um comício, à noite.

António Costa tinha cancelado as ações de campanha previstas para esta quarta-feira para acompanhar o furacão Lorenzo, que atingiu os Açores, mas depois de o pior ter passado, pela manhã, a agenda foi novamente alterada para incluir um roteiro que passou por três distritos: o secretário-geral socialista percorreu a Baixa de Coimbra, durante a tarde, visitou as obras da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, ao final do dia, e rumou ao interior pela primeira vez desde que começou o período oficial da campanha para um comício em Viseu, à noite. Pelo meio, sentiu “borboletas na barriga” e comentou a relação entre os parceiros da “geringonça”.

O Fi é um elixir que existe desde o início dos tempos, basta um Fi por dia para ativar a sua curiosidade.”

Na Baixa de Coimbra, membros da Associação de Paralisia Cerebral local vendem um elixir muito especial, chamado "Fi" - o nome vem de "fingido". Ao depararem-se com António Costa, de imediato convidam o secretário-geral socialista a experimentar. Trata-se de uma pequena performance, que pretende estimular a curiosidade.

O líder do PS envolveu-se no teatro, sentiu "borboletas na barriga" e até aproveitou para brincar com os jornalistas que o têm acompanhado desde o início da campanha eleitoral: “os senhores jornalistas é que têm imensa curiosidade e precisam de libertar as perguntas que têm dentro deles”.

O momento divertido aconteceu durante uma arruada, esta quarta-feira, pela "cidade dos estudantes". O passeio começou pelas 15:00 no Largo da Portagem e terminou cerca de uma hora e um quarto depois, com uma pausa para uma água no Café Santa Cruz, um local emblemático na Praça 8 de Maio.

À espera de Costa, no Largo da Portagem, estavam trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra, que protestavam contra a sua situação laboral. Mas a caravana socialista, que contou com a cabeça de lista pelo distrito, Marta Temido, não se aproximou destes trabalhadores e estes não conseguiram falar com o líder do PS e primeiro-ministro.

Durante este passeio, sob um sol de outono muito quente, e entre dezenas de rosas vermelhas que eram exibidas pelos apoiantes, Costa foi abordado sobre o momento atual da "geringonça". Depois de PS, BE, PCP e PEV terem assinalado a mesma posição quanto à reunião da Comissão Permanente sobre Tancos – em conferência de líderes, os partidos da geringonça marcaram a reunião para quarta-feira -, o líder do PS foi questionado se a ‘geringonça’ voltou a funcionar. Ao que respondeu: “a geringonça funcionou sempre desde o primeiro dia".

Depois de garantir a boa "saúde" da "geringonça" aos jornalistas, o secretário-geral socialista foi fazer uma visita às obras da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto. Costa foi visitar umas obras pela segunda vez nesta campanha, depois de, na terça-feira ter ido ao IP3.

Os trabalhos começaram há pouco, no dia 25 de setembro. Antes do seu anúncio, o atendimento de crianças em contentores instalados de forma provisória há vários anos gerava muitas críticas e indignação.

Mas questionado sobre a possibilidade de "conveniência" do arranque das obras numa altura tão próxima de eleições, Costa sublinhou que "mais conveniente era mesmo já ter sido possível inaugurar a obra".

A visita foi breve, cerca de meia hora, e dali o líder do PS partiu para outro distrito, Viseu.

Apesar de estarmos a apenas quatro dias das legislativas, esta foi a primeira vez que a caravana socialista rumou ao interior do país desde que começou o período oficial de campanha. E num comício com casa cheia, Costa não perdeu a oportunidade de vincar a desigualdade que separa litoral e interior, destacando que "não há nenhuma fatalidade que condene estes territórios ao despovoamento".

Mas em Viseu, e no que à política diz respeito, há uma palavra que se ergue e paira sobre todas as outras: "cavaquistão". O termo, que remonta aos governos de Cavaco Silva e que está relacionada com o histórico de vitórias do PSD neste distrito, não parece, porém, assustar os socialistas. Pelo contrário, o PS assume que quer "enterrar de uma vez Cavaquistão".

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