Centeno compara Rio a "comerciante com poucos escrúpulos que aumenta o preço antes dos saldos" - TVI

Centeno compara Rio a "comerciante com poucos escrúpulos que aumenta o preço antes dos saldos"

  • Sofia Santana
  • 3 out 2019, 23:00

O ministro das Finanças, que tem protagonizado uma troca de farpas com Rui Rio nesta campanha eleitoral, discursou esta quinta-feira, em Setúbal, protagonizando a intervenção mais acalorada e aplaudida da noite. Numa intervenção sempre ao ataque, perante centenas de pessoas, Centeno acusou o presidente social-democrata de “um truque baratucho que normalmente acaba em liquidação total”

Mário Centeno comparou Rui Rio a um “comerciante com poucos escrúpulos que aumenta o preço antes da época dos saldos”. O ministro das Finanças, que tem protagonizado uma troca de farpas com Rui Rio nesta campanha eleitoral, discursou esta quinta-feira, em Setúbal, naquela que foi a intervenção mais acalorada e aplaudida da noite. O governante fez questão de, através das câmaras, dirigir-se diretamente ao líder do PSD.

Olá Dr. Rui Rio, boa noite, eu sei que está sempre muito atento ao que eu digo, estou agora também a falar para si a sua magia não é nada de especial funciona como a daqueles comerciantes com poucos escrúpulos que aumentam o preço antes da época do saldo a isso os portugueses chamam aldrabice”, afirmou, olhando para as câmaras dos órgãos de comunicação social.

Centeno reiterou que Rio “insuflou a receita fiscal, totalmente inventada” para depois dizer que a vai baixar. “Vai baixar a receita de impostos que inventou, elimina o que não existe.”

Mas o ministro foi mais longe, acrescentando: “Na realidade, o Dr. Rui Rio escreveu nas letras muito pequenas um verdadeiro aumento do IRS para as famílias, mais IRC para 300.000 pequenas e médias empresas.  (…) O que Rio nos vende é o velho mesmo carro, mas agora sem motor e com uma pintura novinha em folha”.

Numa intervenção sempre ao ataque, perante centenas de pessoas que se reuniram na Praça de Bocage, no centro de Setúbal, Centeno acusou o presidente social-democrata de “um truque baratucho que normalmente acaba em liquidação total”.

Mais, para o socialista, o PSD é “um partido dividido, sem rumo e sem memória”, que “não fala ao centro, mas para dentro” e que “como fala para o vazio, o que ouve é um eco”.

Ninguém tem o direito de pôr em causa a estabilidade da economia portuguesa em nome de um partido dividido, sem rumo e sem memória. O PSD não fala ao centro, fala para dentro. E como fala para o vazio o que ouve é um eco e é por isso que diz todos os dias a mesma coisa”, vincou.

"O Dr. Rui Rio não fala para o centro, fala para os radicais que embarcam em fábulas e promessas vãs”, acrescentou.

Mas neste ataque feroz de Centeno, Bloco de Esquerda e PCP também foram visados. O governante socialista disse que “não é solução entregar o país” a quem não trabalha pela “credibilidade”, a quem defende “saídas do euro”. 

 À esquerda e à direita todos se deliciam com um banquete de ofertas pagas pelas políticas das contas certas de António Costa”, atirou

Por isso, o também candidato a deputado afirmou que o próximo governo “tem de ser um governo de legislatura, não pode ser um governo de conjetura”.

Não nos deixemos enganar por promessas vãs e por amanhãs que cantam, mas que neste caso só cantam ó tempo volta para trás.”

Neste comício em Setúbal, que começou com um minuto de silêncio em homenagem a Freitas do Amaral, que morreu esta quinta-feira, discursaram ainda a cabeça de lista pelo distrito, Ana Catarina Mendes, e o eurodeputado Pedro Marques.

A intervenção final coube, claro, a António Costa que voltou a reforçar o apelo ao voto, porque, como fez questão de lembrar, "com um voto se ganha e com um voto se perde".

Estou aqui não para pedir um voto de gratidão, mas um voto de força, para podermos fazer mais e melhor."

O secretário-geral socialista afirmou que "é hora de mobilizar" o país para que este, na segunda-feira, não acorde com "uma enorme desilusão, apreensão e angústia sobre o que será o futuro."

 

O luto caiu sobre a campanha

Na reta final, o luto caiu sobre a campanha. A morte do fundador do CDS Freitas do Amaral motivou muitas reações políticas e algumas alterações nas ações dos partidos. No caso do PS, não houve cancelamento de eventos, mas a arruada em Lisboa fez-se sem música e o comício não teve o habitual DJ de música popular que tem aberto os serões.

A arruda foi na Avenida Duque D’Ávila. Um percurso curto, que António Costa fez acompanhado do presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina. Quem apareceu para demonstrar o seu apoio foi Manuela Eanes, que pediu “muita firmeza” na abordagem ao caso de Tancos.

“Houve um caso gravíssimo em relação à instituição militar, gravíssimo. Que seja punido quem tem de ser punido e que haja muita firmeza e uma grande autoridade em tudo o que se faz.”

E continuou: “Apurem-se os problemas de Tancos com toda a verdade, com toda a firmeza. O nosso primeiro-ministro vai empenhar-se, mas a instituição militar tem de ser respeitada”.

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