Direita “promete sol na eira e chuva no nabal”, mas é no “ataque pessoal” que se distingue - TVI

Direita “promete sol na eira e chuva no nabal”, mas é no “ataque pessoal” que se distingue

  • Sofia Santana
  • 1 out 2019, 23:52

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, deixou duras críticas ao PSD e CDS, esta terça-feira, afirmando que "a política da calúnia não compensa". Num comício com casa cheia, em Aveiro, António Costa reforçou os apelos ao voto, avisando os apoiantes de que se fizerem contas com base nas sondagens arriscam ter uma “surpresa desagradável”

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, deixou duras críticas ao PSD e CDS, esta terça-feira, afirmando que estes partidos “prometem sol na eira e chuva no nabal”, mas é no “ataque pessoal e na calúnia” que “verdadeiramente” se distinguem. Num comício com casa cheia, em Aveiro, António Costa também discursou, reforçando os apelos ao voto. O líder do PS avisou os apoiantes que se estes fizerem contas com base nas sondagens arriscam ter uma “surpresa desagradável”.

Perante centenas de apoiantes que encheram o auditório do Centro de Congressos de Aveiro, Vieira da Silva, que anunciou há meses a retirada da vida política ativa, acusou a direita de "erguer a voz com mais pujança" no "ataque pessoal e na calúnia".

Hoje PSD e CDS prometem sol na eira e chuva no nabal, mas onde erguem a voz com mais pujança, com mais convicção, verdadeiramente, é na única linha politica que os distingue nesta campanha, é no ataque pessoal e na calúnia.".

O governante socialista declarou que esta “política da calúnia” da direita “não é de hoje”, lembrando que o eurodeputado do PSD Paulo Rangel chegou a pedir a demissão de Mário Centeno, alegando que o ministro das Finanças estaria “fragilizado entre os seus pares”, e que depois Portugal saiu do Procedimento Por Défice Excessivo e, mais tarde, Centeno até foi liderar o Eurogrupo.

A política da calúnia não compensa para Portugal e não compensa para os portugueses”, frisou Vieira da Silva.

Mais, o socialista considerou que os partidos dirigidos por Rui Rio e Assunção Cristas “não tem nada de novo a propor aos portugueses” e que “reeditam as velhas promessas” de baixar os impostos que, afirmou, acabam sempre em “choque fiscal”.

E continuou com as críticas, recordando o corte de 600 milhões de euros nas pensões que PSD e CDS propunham há quatro anos.

Onde está esse corte de 600 milhões? Já não é preciso? Se o escondem estão a mentir aos portugueses, se acham que já não é preciso estão a fazer o maior elogio ao PS”, frisou

Por outro lado, num recado para a esquerda, o governante advertiu que Portugal não pode estar na União Europeia “com um pé dentro e um pé fora”.

Portugal não pode estar na União Europeia com um pé dentro e um pé fora, tem de estar com os dois pés dentro. (…) Sabemos e assumimos que o nosso lugar é plenamente na Europa e na zona euro", vincou.

 "Sabemos o quanto custa abandonar a Europa com promessas falsas e quanta crise se gera na união que se trabalhou para construir”, acrescentou.

A questão europeia foi também sublinhada por António Costa, na intervenção que terminou este comício. O secretário-geral socialista afirmou que “há quatro anos” todos “batiam no PS”, mas que o Governo mostrou que era possível “estar no euro, na Europa e virar a página da austeridade”.

Há quatro anos todos nos batiam, uns diziam ‘só nos libertarmos da austeridade, rasgando o euro ou saindo da União Europeia'; outros diziam que com essa conversa nos iam pôr fora do euro ou da União Europeia. Pois estavam todos errados, estamos no euro, na Europa e viramos a pagina da austeridade”, frisou.

Noutro momento do discurso, muito aplaudido pelos apoiantes, Costa acusou o PSD de querer entregar a gestão das unidades de saúde familiares ao privado.

O que eles propõem mesmo fazer é abrir à gestão privada os centros de saúde, PPS nos centros da saúde."

Como tem feito noutros comícios, o líder do PS elencou a obra feita ao longo da legislatura, frisando que o Governo devolveu a “confiança” e a “esperança” aos portugueses.

E com as sondagens a dar a vitória ao PS, mas longe da maioria absoluta, o secretário-geral socialista tem repetido o os apelos ao voto. Até porque quer evitar uma “surpresa desagradável” no dia seguinte ao domingo de 6 de outubro.

No dia das eleições não há sondagens, há votos. Não se ponham a fazer contas com base nas sondagens porque arriscam-se a acordar no outro dia de manhã com uma surpresa desagradável”, concluiu.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE