Sem papéis do OE2017, PSD diz que assim "não há condições" - TVI

Sem papéis do OE2017, PSD diz que assim "não há condições"

António Leitão Amaro, PSD

Leitão Amaro quer conferência de líderes urgente para discutir omissão de documentos. Ministro das Finanças, Mário Centeno, vai estar na comissão de Orçamento e Finanças, esta terça-feira, marcando o arranque dos trabalhos sobre o OE2017

O PSD entregou ao presidente do Parlamento um pedido urgente para agendar uma conferência de líderes para terça-feira, defendendo que a falta de documentação sobre o Orçamento, a enviar pelo Governo, inviabiliza o início dos trabalhos orçamentais.

"Não há condições para que os trabalhos orçamentais se possam iniciar em debate sem que exista a documentação que sempre foi entregue e pela primeira vez o Governo está a querer esconder", afirmou à Lusa o deputado do PSD António Leitão Amaro.

O deputado social-democrata refere-se ao envio dos documentos da "execução orçamental estimada para o final de 2016 em contabilidade pública e desagregada", que "mostram o ponto de partida para o Orçamento de 2017".

Os trabalhos orçamentais iniciam-se com a audição do ministro das Finanças, Mário Centeno, na comissão de Orçamento e Finanças, marcada para as 15:00 de terça-feira, mas o PSD considera que não estão reunidas as condições para esse início.

"Esperamos que a conferência de líderes possa reunir amanhã [terça-feira] de manhã e possa reorganizar o debate orçamental, não precisa prejudicar a data de conclusão do Orçamento, mas não é possível que o Parlamento esteja a discutir às escuras ou com uma fotografia bastante desatualizada", sustentou Leitão Amaro.

"É uma situação grave, o Governo foi alertado várias vezes, foi alertado também pelo presidente da Assembleia da República, hoje a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) chama a atenção para esse problema que afeta a análise do Orçamento do Estado para 2017", sublinhou.

Leitão Amaro relaciona esta omissão de documentação com a informação que foi hoje conhecida da execução orçamental: "O que parece aqui existir é o Governo a esconder o que está a acontecer no ano de 2016 e que prevê que aconteça até ao final do ano e isso tem a ver com o que soubemos hoje da execução orçamental que continua a revelar sinais preocupantes, nalguns casos de forma agravada".

"A receita fiscal continua muito longe do previsto. Isso é claro e especialmente preocupante no caso do IVA, que é um sinal de que a atividade económica está estagnada. Esta degradação da receita fiscal só é minorada por um efeito muito pontual e irrepetível que tem a ver com uns atrasos de cobrança de IRS que deslizaram para este mês", apontou.

Por outro lado, Leitão Amaro afirmou que a execução orçamental revela que a "despesa corrente continua a subir e o último mês mostra uma subida maior".

"Estes resultados são alcançados à custa de medidas excecionais e de escolhas erradas: um agravamento dos pagamentos em atraso - são 200 milhões de euros superiores ao início do ano - e uma enorme redução do investimento público que está a colocar sérios problemas ao funcionamento de vários serviços", afirmou.

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