Para o dirigente bloquista Luís Fazenda, que esteve em Paris, em mais um protesto de emigrantes que reclamam a devolução das suas poupanças depositadas no Banco Espírito Santo (BES), estes estão a ser vítimas de uma afronta em duplicado.
É uma indignidade aquilo que se tem vindo a passar com os emigrantes que foram lesados por produtos financeiros do Grupo Espírito Santo (GES) e, em particular, as ações do BES. Estes emigrantes estão a ser duplamente penalizados. Foram penalizados pela fraude bancária e agora estão a ser penalizados porque não há uma atenção em relação à situação particular deles", disse à agência Lusa Luís Fazenda.
O dirigente do BE lembrou que "houve um acordo com detentores de papel comercial mas essa situação não é abrangente para os emigrantes", considerando "inaceitável que havendo uma solução - mesmo que criticável - para os detentores do papel comercial, não haja solução alguma para os emigrantes que aqui depositaram as poupanças de uma vida de trabalho".
Luís Fazenda precisou que o seu partido tem acompanhado "a luta" dos emigrantes lesados do BES "há muito" e "mantém a vontade de vir a resolver este problema".
Já fizemos várias perguntas ao governo, já levantámos a questão ao ministro das Finanças e ao primeiro-ministro. Vamos intensificar essas iniciativas. Nós vamos tentar junto do governo que haja uma solução, vamos pressionar o governo nessa direção, estamos a pressionar há muito tempo", afirmou.
Comprador do Novo Banco não irá resolver
A dirigente do núcleo Europa do Bloco de esquerda, Cristina Semblano, reiterou à Lusa que "o Bloco de Esquerda é solidário da luta dos emigrantes lesados do BES".
Se a situação dos emigrantes lesados não é resolvida agora, em que os capitais do fundo de resolução são maioritariamente públicos", quando o Novo Banco for vendido, "o comprador do Novo Banco não vai estar absolutamente nada interessado em indemnizar os emigrantes lesados do BES", salinetou.