Governo remete plano de ação para sem-abrigo para início de 2020 - TVI

Governo remete plano de ação para sem-abrigo para início de 2020

  • CE
  • 18 nov 2019, 22:42

Marcelo Rebelo de Sousa promoveu um encontro no Palácio de Belém com Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, representantes da Câmara Municipal de Lisboa, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e de associações que trabalham com pessoas sem-abrigo

O balanço do plano de ação para os sem-abrigo será feito no início de 2020, disse esta segunda-feira a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, admitindo a necessidade de reajustes para responder a casos concretos e atípicos.

A ministra Ana Mendes Godinho falava aos jornalistas no final de um encontro no Palácio de Belém, em Lisboa, promovido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que juntou à mesa de trabalho representantes do Governo, da Câmara Municipal de Lisboa, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e de associações que trabalham com pessoas sem-abrigo.

O objetivo foi fazermos um levantamento das medidas implementadas ao longo deste ano. O plano de ação é para dois anos, estamos a meio do plano de ação e o que fizemos também foi a identificação da necessidade de algumas medidas poderem ser reajustadas em função da execução deste ano”, disse a ministra, que resumiu o objetivo da reunião de hoje a um balanço do trabalho feito em conjunto com as associações e perspetivar o trabalho futuro.

A Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo (ENIPSSA) tem em curso o seu segundo plano de ação, para o biénio 2019-2020, estando previsto que o ponto de situação, nomeadamente ao nível de verbas e medidas executadas, aconteça no início de 2020.

Tal como estava previsto, o plano de ação vai ser monitorizado e esses números vão ser divulgados no início do segundo ano, no início de 2020”, disse.

Sobre o encontro desta segunda-feira, a ministra referiu que foram identificadas situações concretas do dia-a-dia, às quais é preciso responder, algumas das quais “atípicas”, que saem “fora do quadro normal de financiamento” e que precisam de “uma resposta mais célere”.

Ana Mendes Godinho adiantou ainda que os problemas da habitação foram “sinalizados” como prioridade, assim como a formação, a integração e a saúde mental, mas sem especificar medidas de ação.

A única medida concreta de apoio a pessoas sem-abrigo saída da reunião desta segunda-feira prende-se com a saúde oral, tendo a SCML disponibilizado a estas pessoas o acesso às instalações recentemente criadas para tratar crianças, o centro SOL.

Tivemos aqui a preocupação de identificar algumas medidas mais específicas que também respondam ao que são os problemas de integração destas pessoas no mercado de trabalho. Sabemos como é crítica a questão da saúde oral”, declarou.

Questionada sobre notícias recentes que apontavam que os 131 milhões de euros alocados à ENIPSSA para o biénio em curso não estavam a chegar às câmaras municipais de Lisboa e Porto nem às associações do setor, a ministra afirmou que este valor se refere “apenas ao que está na alçada da Segurança Social”, ou seja, com o que tem a ver com as questões do apoio às associações.

Este plano de ação não previa aquilo que deviam ser as soluções apresentadas e disponibilizadas por parte das câmaras relativamente à habitação”, esclareceu.

Sobre a capacidade de resposta das associações e dos meios que lhes são entregues, Ana Mendes Godinho sublinhou que “até houve um reforço”.

Aumentámos em 14 o número de protocolos com as associações que prestam apoio às pessoas em situação de sem-abrigo. Até tem havido capacidade de resposta. O que tem sido mais difícil encontrar são soluções que respondam a situações atípicas”, disse.

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