BPN: «Vamos dedicar-nos a esta comissão com grande empenho» - TVI

BPN: «Vamos dedicar-nos a esta comissão com grande empenho»

Francisco Louçã

Garantia deixada por Francis Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda

O coordenador do BE considerou esta sexta-feira «um mistério» a injeção de 5 mil milhões de euros «num banco tão pequeno» como o BPN, afirmando que o seu partido se baterá para que «se fique a saber tudo».

Numa sessão pública em Setúbal, Francisco Louçã considerou que a aprovação de uma comissão parlamentar de inquérito ao BPN representa «uma pequena vitória» em que o BE vai ter «um grande empenhamento», deixando críticas ainda à maioria PSD/CDS pela «grande confusão» gerada no Parlamento ao apresentar outra proposta de inquérito.

«Não há fome que não dê em fartura», ironizou a propósito da proposta apresentada pela maioria.

A Assembleia da República aprovou na sexta-feira por unanimidade a constituição de uma nova comissão e inquérito à gestão e reprivatização do BPN, na sequência de um acordo conseguido na noite da véspera na conferência de líderes parlamentares.

«Vamos dedicar-nos a esta comissão com grande empenho para que toda a gente fique a saber tudo o que pudermos apurar sobre o que aconteceu nestes anos de desvario financeiro, nesta conexão laranja que foi fazendo o BPN desde o tempo em que foi conduzido pelos ex-ministros de Cavaco Silva até à nacionalização, à sua gestão posterior e à devolução generosa a outro ex-ministro do PSD, aliado, como não podia deixar de ser, com José Eduardo dos Santos», afirmou.

Francisco Louçã acrescentou mesmo que «todos os bons negócios em Portugal se fazem aliados com José Eduardo dos Santos», o presidente de Angola.

Em seguida, apontou o BPN como «um dos maiores escândalos da vida pública portuguesa» e disse que há «um mistério no BPN» que a comissão de inquérito tem de esclarecer, «porque é preciso prestar contas a quem está a pagar a fatura».

«Há um mistério no BPN, que é o facto de um banco tão pequeno ter bebido 5.000 milhões de euros de empréstimos de liquidez que não sabemos se o Estado, a Caixa Geral de Depósitos, conseguirá recuperar», disse.
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